domingo, 31 de janeiro de 2010

The Runaways - The Runaways

Formada em 1975 por Joan Jett (guitarra) e Sandy West (bateria), The Runaways foi a ‘primeira’ banda só de mulheres a tocar rock pesado. Seu debut, The Runaways, foi lançado em 1976 e tem uma importância história imensurável - é um clássico instantâneo. O fato de que, no meio dos anos 70, uma banda formada por cinco garotas adolescentes fazia um hard rock com solos de guitarra impressionantes e letras que tratavam basicamente dos mesmos temas que homens já cantavam há anos era, ao mesmo tempo, revigorante e intimidador.

O sucesso que o Runaways atingiu em sua curta carreira (a banda acabou em 1979) foi essencial para que mulheres passassem a serem respeitadas no mundo do rock. Várias bandas, também formadas só por mulheres (The Donnas, Sahara Hotnights, L7), ou não (Germs, White Flag, Rhino Bucket) citam The Runaways em suas influências.

Toda sua discografia é muito boa e, principalmente, o debut The Runaways merece ser escutado.

Depois que a banda acabou, a guitarrista Joan Jett continuou uma ‘carreira solo’ com a banda Joan Jett & the Blackhearts, que também vale a pena ouvir. A versão dela da música “I Love Rock n' Roll” é provavelmente a melhor e mais conhecida até hoje.


Faixas que merecem destaque: “Cherry Bomb”, “You Drive Me Wild”, “Blackmail”, “Dead End Justice”, “Is It Day Or Night?”

sábado, 30 de janeiro de 2010

Lykke Li - Youth Novels

Em contraste com o post de ontem, um indie pop bem leve, suave e ‘made in Sweden’. Li Lykke Timotej Zachrisson (ou simplesmente ‘Lykke Li’, seu nome artístico) é uma cantora nascida em Estocolmo, Suécia, que lançou seu primeiro álbum, Youth Novels, em 2008. O álbum, produzido por Björn Yttling da banda Peter Bjorn and John, mistura indie, pop e eletronica com perfeição. Mas é com certeza o pop que fala mais alto. Já vi pessoas dizendo que ela é a ‘Björk sueca’, mas isso seria reduzir demais tanto o trabalho da própria Björk quanto o da Li. Sem pensar em ‘melhor ou pior’, as músicas da Li são definitivamente bem mais ‘acessíveis’ que as da Björk.

Com uma produção impecável, Youth Novels foi com certeza um dos melhores álbuns lançados em 2008. Músicas que vão desde um pop bem descontraído até algo um pouco mais próximo do ‘dark’, mas sempre são incrívelmente agradáveis de se ouvir. A voz de Li merece destaque - é bastante versátil. Pode ser delicada, suave, forte e determinada. Em alguns momentos, tudo isso ao mesmo tempo. O uso de ‘espaço’ nos vocais e instrumentos também ajuda a tornar tudo muito mais impressionante.

É um dos melhores debuts ‘solo’ da década. Não há muito mais o que dizer sem ser repetitivo.

Em 2009, ela compôs uma música (“Possibility”) para a trilha sonora de Lua Nova, e acredito que isso foi algo ótimo para ajudar a divulgar seu trabalho. Li já fez participações em músicas de artistas como Röyksopp, Kings of Leon e talvez a mais notável seja na faixa “Gifted”, da dupla N.A.S.A., junto com Santigold e Kanye West (eu não sou muito fã do tipo de música que o N.A.S.A. faz, mas essa vale a pena ser escutada).

Ela também anunciou, atráves de seu MySpace, que está trabalhando em seu próximo álbum mas que, infelizmente, ainda vai demorar um pouco pra ficar pronto.


Faixas que merecem destaque: “Dance, Dance, Dance”, “I'm Good, I'm Gone”, “Complaint Department”, “Little Bit”, “Breaking It Up”, “Let It Fall”.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Pretty Girls Make Graves - Good Health

Se houvesse alguma lista de ‘bandas que acabaram cedo demais’, Pretty Girls Make Graves estaria nela com certeza, e bem perto do topo. Formado em Seattle em 2001, o Pretty Girls Make Graves acabou oficialmente em 2007. Lançaram três álbuns de estúdio, um EP e alguns singles nesse período. O primeiro, Good Health, de 2002, é um álbum incrível e muito curto - tem apenas 9 faixas e menos de trinta minutos. Pretty Girls Make Graves é geralmente acompanhado da tag ‘art punk’ e ouvindo seu debut, é fácil perceber o porquê.

Good Health é viciante. Músicas com riffs de guitarra extremamente bem trabalhados que ficam em sua cabela por horas depois de terem sido escutados. Assim como o resto dos instrumentos, os vocais são em sua maioria fortes e agressivos - Good Health é um punk quase ‘refrescante’ de ouvir. As bandas não são parecidas, mas esse álbum tem a mesma energia presente no debut do Libertines, Up the Bracket (do mesmo ano, 2002). É um álbum altamente recomendado.

(o nome da banda veio da música “Pretty Girls Make Graves”, lançada pelo Smiths em seu primeiro álbum, The Smiths, de 1984 - que, por sua vez, tirou o título de uma citação de Jack Kerouac em seu livro The Dharma Bums)


Faixas que merecem destaque: “Speakers Push the Air”, “More Sweet Soul”, “Ghosts in the Radio”, “If You Hate Your Friends, You're Not Alone”.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Dressy Bessy - Dressy Bessy

Depois desse post do Vinícius, nada melhor que continuar com nossa programação normal.

E hoje estamos com Dressy Bessy, uma banda formada em Denver, Colorado, que está na ativa desde 1996 mas só lançou um debut mesmo em 1999, o Pink Hearts and Yellow Moons, que foi seguido por SoundGoRound em 2002 e, finalmente, Dressy Bessy em 2003. E é em Dressy Bessy que o som deles realmente atinge seu melhor. As músicas, todas escritas pela vocalista e guitarrista Tammy Ealom, são um pop rock leve e bastante acessível. Bandas como Ramones e Blondie são uma influência bem clara e também é bem possível compará-los com that dog., principalmente com o álbum Retreat From the Sun de 1997.

Dressy Bessy é bem simples, nada de orquestrações ou solos de guitarra com cinco minutos - apenas os infalíveis 'baixo/guitarra/bateria' sem pretensão nenhuma. O resultado é um disco divertido e animado, com músicas pop incrívelmente grudentas (na melhor forma possível).

Só uma informação interessante: Dressy Bessy está associada ao Elephant 6 Collective, mesmo ‘grupo’ de onde saíram algumas das bandas mais notáveis de indie rock/pop dos anos 90, como of Montreal, Neutral Milk Hotel, The Apples in Stereo e Elf Power.


Faixas que merecem destaque: “This May Hurt (A Little)”, “Girl, You Shout!”, “Better Luck”, “Tidy”, “Hey May”.

Explicações.

Diferente da outra vez que sumi do blog, dessa vez tenho motivos reais para tanto.

O primeiro é o seguinte: estou prestando um concurso da Petrobrás, todo meu tempo (ou toda a parte produtiva dele) está sendo dedicado a esse objetivo, realmente tenho que dar um jeito de passar nessa parada.

O segundo é o tal: amanhã farei uma cirurgia, não está sendo fácil nos últimos dias vir ao computador e tudo mais, e depois de sexta, acredito que ficará um tanto quanto mais complicado por uma ou duas semanas. Não vou dar detalhes sobre isso por aqui, é uma operação relativamente simples, mas que ainda assim é um trabalho cirúrgico.

Peço desculpas aos leitores e aos outros colaboradores (principalmente ao André, que apesar de estar a pouco tempo aqui, vem carregando o UBPD nas costas) e compreensão. Assim que possível retorno as atividades normais.

Abraços.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lou Barlow - Emoh

1984, Lou Barlow e J Mascis formaram o Dinosaur Jr., com Lou no baixo e Mascis na guitarra/voz. Em 1988, depois de lançado o terceiro álbum, Bug, Barlow saiu da banda. E então começou a se focar mais no Sebadoh, que até aí era um projeto paralelo. Alguns álbuns depois, Barlow começou uma outra banda, The Folk Implosion, mas sem acabar com o Sebadoh (que lançou o último álbum em 1999 e ficou anos em ‘pausa’, fizeram uma reunião em 2007 e até hoje não acabaram oficialmente). Resumindo, Lou Barlow é praticamente um workaholic. Mas nunca tinha lançado nada solo com seu próprio nome até 2005, quando saiu Emoh.

Em sua carreira solo, Barlow faz um som acústico que é quase folk - mostrando um lado que não tinha sido muito explorado em suas bandas passadas. Usando violão como base ao mesmo tempo em que há instrumentos elétricos e alguns (poucos) elementos mais eletrônicos, é um álbum consistente. Com 14 faixas muito bem feitas, Emoh é muito mais do que ‘um Sebadoh tocado no violão’.

A voz do Lou merece comentários tanto quanto o resto dos instrumentos. O que aconteceu é que provavelmente sua voz nunca teve tanto destaque assim em meio às guitarras distorcidas do Sebadoh, mas seja lá o que foi; ela está muito mais forte e marcante do que em qualquer outro momento de sua carreira.

(sobre o nome do disco; a palavra “emoh” significa ‘relutante’ em indonésio e também é ‘home’ ao contrário.)


Também em 2005, Barlow voltou para o Dinosaur Jr. juntamente com Murph (o baterista, que tinha saído da banda em 1993), e desde então já lançaram dois novos discos incríveis com a formação original do Dinosaur Jr., Beyond (2007) e Farm (2009).


Faixas que merecem destaque: “Round-N-Round”, “Home”, “Mary”, “Holding Back The Year”, “Caterpillar Girl”.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

CSS - Donkey

Quando o ‘aguardado’ (?) segundo disco da banda paulistana saiu em 2008, a evolução no som deles era mais do que nítida. Os (quase irritantes) barulhos estranhos feitos por teclados/sintetizadores foram substituídos por guitarras bem trabalhadas, agora parece que todos sabem tocar seus instrumentos e até as letras parecem não ser mais tão sem sentido. E é claro que muita gente não gostou disso.

Gostando da banda ou não, é impossível não ficar impressionado com Donkey, principalmente depois de se ter ouvido o primeiro trabalho (Cansei de Ser Sexy, 2005). Donkey é um álbum de rock que ninguém esperava vir de uma banda que fazia músicas como “Alala” e “Meeting Paris Hilton”. Eles também gravaram um cover (muito bom, por sinal) de “Cannonball” do Breeders, e lançaram como b-side no single “Left Behind”.

Não dá pra dizer se Donkey é melhor ou pior que o debut, na verdade mal dá pra comparar os dois. As músicas “Move” e “Believe Achieve” são as que mais lembram o som antigo deles, mas mesmo nelas há uma base com bastante guitarra, coisa que não tinha tanto destaque na maior parte do primeiro álbum. Outra coisa que dá pra perceber é que em Donkey não há muita mistura das línguas nas letras, e também não tem nenhuma música cantada inteira em português, como no Cansei de Ser Sexy.

Pode não ter sido tão ‘bem-recebido’ (?) pela crítica quanto o primeiro, mas com Donkey o CSS provou mais do que qualquer outra coisa que é capaz de surpreender. Eu realmente não faço ideia do que esperar do terceiro álbum.


Faixas que merecem destaque: “Jager Yoga”, “Rat Is Dead (Rage)”, “I Fly”, “Left Behind”, “Air Painter”.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

VV Brown - Travelling Like the Light

Enquanto no ano passado nomes como La Roux, Animal Collective e Grizzly Bear povoavam listas de ‘melhores do ano’, preciosidades como Travelling Like the Light foram ignoradas com uma frieza quase cruel. O álbum de estreia da britânica Vanessa ‘VV’ Brown é um pop incrível descrito pela própria cantora como ‘doo-wop indie’, e é possível perceber certas influências de ‘indie punk’ e, apesar de estar meio implícito no ‘doo-wop’, o soul também é uma grande parte de sua música.

Algumas pessoas a comparam com a Amy Winehouse, mas pessoalmente eu acho que o som delas não é muito parecido - tirando a parte que as duas foram bastante influenciadas por R&B e soul. As músicas da VV no geral têm uma energia muito positiva, que definitivamente não está presente nos trabalhos da (também ótima) quase-depressiva Winehouse.

Travelling Like the Light
foi quase todo escrito (música e letras) pela própria Vanessa e é um álbum que brilha do começo ao fim, com letras sinceras e uma voz magnífica. Como uma ‘atualizada’ na (excelente) música pop dos anos 50 e 60, é o tipo de coisa que você sente uma vontade irresistível de colocar pra tocar de novo assim que a última música acaba. E eu sugiro que você o faça, ouvir apenas uma vez é muito pouco pra esse disco.

(VV Brown também tem uma carreira como modelo, já participou de alguns desfiles e fez uma sessão de fotos pra revista Vogue no começo de 2009.)


Faixas que merecem destaque: “Quick Fix”, “Shark in the Water”, “Crying Blood”, “L.O.V.E.”, “Bottles”, “Crazy Amazing”.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Uh Huh Her - Common Reaction

Formada em Los Angeles por Camila Grey e Leisha Hailey, Uh Huh Her é uma banda de electropop. Lançaram um EP, I See Red, em 2007 e o primeiro álbum de fato, Common Reaction, um ano depois.

Leisha Hailey é provavelmente mais conhecida como atriz, pelo seu papel de Alice Pieszecki na série The L Word (é, essa mesma), mas antes de Uh Huh Her ela já tinha uma carreira na música, nas bandas The Murmurs e Gush. Camila Grey também tem um passado musical de respeito, tendo tocado baixo e teclado pra artistas que vão desde Melissa Auf der Maur até Kelly Osbourne, e também foi membro do Mellowdrone.

Common Reaction tem um som meio electropop, mas é um som bastante ‘adulto’ e ‘sólido’, com boas pitadas de rock nos momentos certos. As duas meninas dividem os vocais e as vozes funcionam juntas com perfeição. Também é uma boa dizer que são vozes bem ‘diferentes’ da maioria dos artistas que fazem esse tipo de música, o que provavelmente é o maior diferencial e a melhor parte da banda.

É um álbum ótimo, feito com uma competência invejável. Eu diria que em algumas partes dá até pra comparar com o It's Blitz! do Yeah Yeah Yeahs, ignorando o fato de que foi lançado quase sete meses antes do álbum da Karen O e sua banda.

(Curiosidade: o nome, ‘Uh Huh Her’, veio do título de um álbum lançado em 2004 pela cantora inglesa PJ Harvey, Uh Huh Her.)

Faixas que merecem destaque: “Not A Love Song”, “Explode”, “Dance With Me”, “So Long”, “Common Reaction”, “Say So”.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Teenage Fanclub - Bandwagonesque

Teenage Fanclub é uma banda de Glasgow, Escócia, formada por volta de 1989. Até hoje, eles já têm oito álbuns de estúdio e planejam lançar o nono em 2010 (que faz parte da minha lista dos lançamentos mais esperados pra esse ano).

Bandwagonesque, lançado em 1991 e terceiro álbum da carreira, é uma das melhores coisas que eu ouvi nos últimos tempos. ‘Simplicidade’ é a melhor palavra para descrevê-los, as músicas são muito bem feitas e em cada faixa é possível perceber o quanto a banda se diverte tocando. Vale a pena dizer também que os vocais são divididos entre os guitarristas (Norman Blake e Raymond McGinley) e o baixista (Gerard Love) - cada um canta nas músicas que escreve.

Com um ‘alternative rock’ que só poderia ter sido feito nos anos 90, o som do Teenage Fanclub pode ser descrito como algo entre Weezer e R.E.M., se é que existe tal coisa. Assim como toda a discografia deles (principalmente o Grand Prix, 1995, e o mais novo, Man-Made, 2005), é recomendadíssimo a todos que gostam de um bom e velho rock, apenas pra ouvir e relaxar.



Faixas que merecem destaque: “What You Do To Me”, “Pet Rock”, “Star Sign”, “Metal Baby”, “I Don't Know”, “The Concept”.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

The 6ths - Wasps' Nests

Quando se trata de indie pop anos 90, ninguém fez melhor do que Stephin Merritt com o Magnetic Fields. Mas aqui vou falar de um outro projeto do Merritt, The 6hts. O primeiro álbum lançado sob esse nome foi Wasps' Nests em 1995 (os nomes da banda e do álbum são trava-línguas, btw) que, musicalmente, não é tão diferente do que o Magnetic Fields já vinha fazendo nessa época. O que torna The 6hts único são os vocalistas. Cada uma das quinze músicas que compõem o álbum tem um cantor diferente.

Entre os vários nomes convidados podemos destacar Lou Barlow (Sebadoh), Mac McCaughan (Superchunk), Georgia Hubley (Yo La Tengo), Dean Wareham (Galaxie 500) e até mesmo o próprio Stephin Merritt. E o resultado é realmente incrível; as músicas são leves e do tipo ouvir-milhares-de-vezes-sem-cansar que só Merritt (que escreveu todo o álbum) é capaz de fazer. Se ele tivesse gravado vocais para todas as músicas de Wasps' Nests, poderia muito bem ter sido um dos melhores trabalhos carreira do Magnetic Fields - mas provavelmente são as diferentes vozes contribuem para ser um álbum impressionante, cada faixa é única. E é certamente uma das melhores coisas que o Merritt já fez em sua carreira, e provavelmente o melhor álbum ‘esquecido’ dos anos 90.

(Stephin Merritt)

Em 1999, The 6ths lançou um segundo álbum chamado Hyacinths and Thistles (outro trava-língua) com o mesmo formato - cada música com um vocalista diferente e tudo mais. E, sinceramente, é um álbum bom mas não chega aos pés do Wasps' Nests.


Faixas que merecem destaque: “Aging Spinsters”, “In the City in the Rain”, “Puerto Rico Way”, “Winter in July”, “You Can't Break A Broken Heart”.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

The Raveonettes - In and Out of Control

Encerrando minha (acidental) trilogia ‘noise’: The Raveonettes e seu último lançamento, In and Out of Control. Vindos da Dinamarca, a dupla formada por Sune Rose Wagner e Sharin Foo já lançou quatro álbuns e vários EPs (incluindo um só com músicas de natal). Não dá para dizer que cada um deles tem um estilo diferente, mas eles são bem diferentes entre si - e In and Out of Control, de 2009, combina os elementos que formaram os outros três álbuns, por isso que é provavelmente o melhor trabalho deles desde o debut Chain Gang of Love, de 2003.

Há músicas que vão desde o ‘barulho’ do primeiro álbum, passando pelo som um-pouco-mais-‘limpo’ do segundo (Pretty in Black, 2005) e chegam até o quase shoegaze do Lust Lust Lust (2007).

In and Out of Control começa com a maravilhosa “Bang!” e não poderia começar de nenhuma outra forma - se a ordem das músicas fosse alterada, não seria mais a mesma coisa. Provavelmente a música mais ‘doce’ que eles já fizeram em toda a discografia, é impossível escutá-la e não ficar com ela na cabeça por horas - e o resto é tão bom quanto.

Se fosse absolutamente necessário compará-los a alguma outra banda, The Jesus and Mary Chain seria o melhor nome.

Os EPs lançados também são muito bons. Whip It On, lançado em 2002, antes do primeiro álbum, tem um som muito mais agressivo e barulhento do que eles fizeram depois. E em 2008, lançaram quatro EPs (The Raveonettes Remixed, Sometimes They Drop By, Beauty Dies e Wishing You A Rave Christmas) que também têm um som bem diferente do que eles fazem nos álbuns e, junto com a discografia toda, são altamente recomendados.

Faixas que merecem destaque: “Bang!”, “Heart Of Stone”, “Suicide”, “Breaking Into Cars”, “Break Up Girls!”

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

The Big Pink - A Brief History of Love

Continuando um pouco no clima ‘noise’; The Big Pink é uma dupla londrina formada em 2007 por Robbie Furze e Milo Cordell. Lançaram ano passado o incrível A Brief History of Love, que mistura shoegaze, sintetizadores e uma pegada pop que é revigorante. É um álbum que oscila constantemente entre o ‘divertido’ e o ‘dark’.

Um dos pontos altos do álbum é o lead single “Dominos”, que é provavelmente o melhor exemplo do que eles podem fazer - misturar guitarras distorcidas e um refrão grudento, criando músicas parecendo ter sido feitas para serem tocadas em uma arena para milhares de pessoas. E a maioria do álbum tem esse clima. Claro que há algumas músicas mais calmas, e às vezes até ‘sombrias’, mas no geral são músicas que fazem você se sentir bem enquanto escuta.

A Brief History of Love
é um álbum bom do começo ao fim. Tem (grandes) influências de shoegaze/noise, sim, mas antes de qualquer coisa é um álbum bem acessível a todos. E eu certamente o recomendo a todos.

(Eles também já fizeram remixes pra algumas bandas, incluindo Lily Allen e Muse. Eu, pessoalmente, odeio remixes então nunca nem fui atrás deles - mas se você gosta, preocure-os, devem valer a pena.)


Faixas que merecem destaque: “Crystal Visions”, “Too Young To Love”, “Dominos”, “Tonight”, “At War With the Sun”, “Golden Pendulum”.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

The Twilight Sad - Forget the Night Ahead

The Twilight Sad é uma banda da Escócia que lançou em 2007 seu bom-mas-não-ótimo debut, Fourteen Autumns & Fifteen Winters. E em 2009 eles lançaram o segundo álbum e motivo desse post, Forget the Night Ahead. Provavelmente pelo fato do primeiro cd não ter me impressionado muito, nunca tinha escutado o segundo apesar de tê-lo no computador há meses. O que foi claramente um erro, porque agora não consigo parar de ouvir.

Forget the Night Ahead tem um som que é muito mais ‘coeso’ que o Fourteen Autumns..., e o pesado sotaque escocês está bem mais inteligível também. Nesse álbum, a banda levou o ‘noise’ do primeiro trabalho a um nível completamente novo no som deles. As músicas são simples e gigantescas, é um álbum que te envolve desde a primeira faixa.

Em 2008, eles lançaram uma ótima compilação chamada Killed My Parents and Hit The Road (nome e capa foram inspirados pelo álbum Goo do Sonic Youth, btw) que inclui versões ao vivo, alguns covers (de Joy Division, The Smiths e Yeah Yeah Yeahs) e duas músicas, “Untitled #27” e “Untitled #28”, que acabaram sendo regravadas e se tornaram duas das melhores músicas do Forget the Night Ahead, “The Room” e “The Neighbours Can't Breathe” respectivamente.

Com três álbuns (incluindo a compilação) e dois EPs, The Twilight Sad tem uma discografia muito boa que merece ser escutada com atenção. Principalmente se você gosta de músicas barulhentas e, às vezes, quase caóticas.


Faixas que merecem destaque: “I Became a Prostitute”, “The Room”, “That Birthday Present”, “The Neighbours Can't Breathe”

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Girls - Album

Girls é uma banda de San Francisco, Califórnia, que lançou seu debut, Album, em 2009 depois de alguns (ótimos) singles em 2008. E há vários momentos geniais nele, mas vamos começar com o começo: o título. “Album” é um nome muito mais criativo que simplesmente um self-titled, não? (tá, eles não foram a primeira banda a usar esse título, mas não deixa de ser criativo.) Agora que isso já foi estabelecido, vamos para as músicas em si. É possível comparar Girls (em diferentes momentos) com Sonic Youth, Dinosaur Jr., The Jesus and Mary Chain e até The Beach Boys e The Smiths. E não é como se eles copiassem essas bandas, essa variedade de influências cria um estilo próprio; por mais clichê que seja dizer isso.

A incrível faixa “Lust for Life” abre o disco e, como qualquer outra ‘música de abertura’ boa, define o clima do álbum todo. Há oscilações, principalmente na parte instrumental das músicas, mas isso não prejudica de forma alguma o andamento. E, como eu já disse, há uma miscelânea de estilos aqui, que vão desde o tom épico-quase-“How Soon Is Now?” de “Hellhole Ratrace” até o shoegaze de “Morning Light” passando por todos os tipos de ‘indie rock/pop’.

Album é um trabalho completo. Ouvindo-o, você acaba se esquecendo que este é o primeiro álbum lançado - é um dos poucos debuts que fazem parecer que a banda já está junta há mais de dez anos. Simplesmente merece ser ouvido.
(e vale a pena dizer também que os clipes do Girls são lindos; têm uma fotografia impecável e parecem ter sido gravados no meio de um ‘encontro casual’ com os amigos na casa de algum deles, de forma totalmente despretenciosa - e não duvido nada que tenham sido realmente feitos assim)

Faixas que merecem destaque: “Morning Light”, “Lust for Life”, “Hellhole Ratrace”, “Big Bad Mean Motherfucker”, “Darling”.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Rotterdam Ska Jazz Foundation - Shake Your Foundation.



Esse está, sem sombra de dúvidas, entre as melhores coisas que ouvi nos últimos tempos. Rotterdam Ska Jazz Foundation é uma banda de ska-jazz, como o próprio nome já diz, que também tem alguns pés no rocksteady e no soul. Formada na Holanda por volta do ano 2000, conta com músicos experientes e de grandes talentos, que passam por bateria, baixo, guitarra, piano e uma boa quantidade de metais e sopros, criando assim, músicas de uma harmonia e qualidade incríveis.

Eu poderia citar praticamente todas as faixas do álbum como imperdíveis. Os trompetes são geniais em todo o ele, a bateria encorpa as músicas fazendo você bater os pés no ritmo - mesmo sem perceber aposto que acabará tomando parte disso em algum momento -, baixos consistentes e guitarras muitas vezes cortantes as compõe de cabo a rabo. 'Old Rockin' Chair', original por Jackie Opel, é atualmente a música mais ouvida no meu Last.fm e muito provavelmente continuará assim por um bom tempo, rápida e eficaz, essa versão me pegou de jeito. Outras músicas que devo destacar são 'A Night In Tunesia', 'Pro Teba A.K.A Slaviska', 'Snake Tie', 'Road To Kingstone', 'Lonely Dub' e 'Dubwinder' - mas também devo dizer que foi um tanto quanto difícil não citar as outras que compõe o SYF.
                                          

Considero RSJF uma banda que todos deveriam ao menos tentar ouvir, independente de gostarem ou odiarem o dito ska-jazz. Digo também para não se prenderem ao Shake Your Foundation, o trabalho dos rapazes é bem feito e merece atenção, e com sorte essa banda abrirá suas portas para essa vertente que muitas vezes passa, desmerecidamente, batida.

Um abraço e boas músicas.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Owen Pallett - Heartland

Owen Pallett é um canadense que toca violino - muitíssimo bem, btw - e foi o responsável pelas orquestrações de vários álbuns ótimos, incluindo os dois do Arcade Fire e o novo do Mika. Ele também conduziu a orquestra que toca no debut do Last Shadow Puppets. E ainda tem tempo pra lançar seus próprios álbuns. Heartland é o mais novo deles, desse ano, e o primeiro lançado sob seu real nome (os outros dois, Has A Good Home de 2005 e He Poos Clouds de 2006, saíram como ‘Final Fantasy’ - nome que ele teve que abandonar por causa de direitos autorais e coisas do tipo).

Heartland é um álbum sublime que restaura sua fé na música (caso ela tenha sido perdida) ou a reforça (se ela nunca se foi). Como disse, ele toca violino - e é o violino que é a base central de suas composições, desde o debut, o que faz músicas lindas e, no mínimo, interessantes de ouvir. Em Heartland, Owen parece que não tem medo de arriscar. Ele usa vários elementos eletrônicos, orquestras inteiras e mais bateria do que seus dois outros álbuns juntos. O resultado não é um álbum pra se ouvir, pela primeira vez, enquanto faz qualquer outra coisa. Ele merece ser ouvido sozinho e, de preferência, em fones de ouvido pra poder prestar atenção em cada um dos mínimos detalhes de cada música.

Vale a pena dizer também que, apesar de suas composições grandiosas, na maioria de suas apresentações ao vivo o Owen está completamente solo. É só ele com o violino e um loop pedal. E às vezes as músicas acabam ficando até mais poderosas do que as versões em estúdio.
(e o fato de que os (meus) últimos posts foram sobre artistas canadenses foi só uma coincidência mesmo, nada pessoal.)

Faixas que merecem destaque: “Midnight Directives”, “Lewis Takes Action”, “Lewis Takes Off His Shirt”, “E Is For Estranged”, “Tryst with Mephistopheles”.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

The Unicorns - Who Will Cut Our Hair When We're Gone?

Provavelmente nunca teria ouvido falar em The Unicorns se não fosse pelo 100º episódio de How I Met Your Mother. Eu agradeceria o Ted Mosby, se ele não fosse fictício. No lugar, contento-me em agradecer o(a) gênio que escreve os roteiros de HIMYM. Ou seja lá quem foi que colocou o Ted comentando sobre Who Will Cut Our Hair When We're Gone? na série.

Vindos do Canadá, lar de taaantas coisas ótimas dos anos 00, o The Unicorns lançou os únicos dois álbuns de estúdio no mesmo ano, o longínquo 2003. Os álbuns em questão são Unicorns Are People Too, em fevereiro, e Who Will Cut Our Hair When We're Gone?, em outubro. Nesta edição, nos focaremos mais especificamente no segundo disco. Who Will Cut... tem as músicas leves, divertidas e que te ‘conquistam’ que várias bandas tentam fazer mas poucas são as que conseguem de fato. É até triste saber que eles acabaram a banda pouco tempo depois desse álbum - mas pelo menos deixaram pra trás uma verdadeira gema. Who Will Cut... é um desses álbuns que você nem vê o tempo passar enquanto o escuta, mas gostaria que ele não acabasse.

Alguns comparam The Unicorns com The Shins, e não sei se é por eu nunca ter gostado muito de The Shins ou sei lá, mas eu não acho que as duas bandas são tão parecidas. O fato é que Who Will Cut Our Hair When We're Gone? é um lo-fi indie pop de primeira. E eu o recomendo a todos que gostam do gênero.

Faixas que merecem destaque: “I Don't Wanna Die”, “Jellybones”, “Tuff Ghost”, “I Was Born (A Unicorn)”, “Les Os”.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Silversun Pickups - Swoon.

Indicada pelo grande Jonas, Silversun Pickups é uma banda estadunidense que faz um som meio dream pop, chegando até algumas beiradas do shoegaze e do post-punk. Surgiram em 2003, com um EP chamado Pikul e em 2006 lançaram Carnavas, álbum que colocou os caras no cenário musical internacional, dando oportunidades para abrir shows de bandas de calibre, como Wolfmother e Foo Fighters. 2009 foi o ano que Swoon saiu do estúdio e 2010 foi quando chegou ao meu disco rígido.



Devo dizer que talvez o Carnavas seja melhor que o Swoon em certos aspectos, mas como o segundo me conquistou mais, resolvi aborda-lo nessa primeira oportunidade. Smashing Pumpkins é um claro motivo de comparação aqui, mesmo com os integrantes da banda os citando nas listas de influências, em Swoon você consegue perceber sutis lembranças de SP em praticamente todas as músicas. O pincipal single, 'Panic Switch' foi a primeira música que ouvi e me convenceu a dar uma oportunidade para a banda - não me arrependi -, a guitarra é ótima, a bateria é ótima, o vocal é ótimo e o baixo me pegou de jeito. 'There's No Secret This Year', a faixa de abertura faz bem o serviço de colocar os ouvintes no clima certo, 'The Royal We' é rápida e eficiente, assim como a maioria delas. 'Draining' é um intermédio, uma música mais tranquila praticamente no meio do álbum, que acalma os ânimos, mas sem desanima-los, sendo que 'Sort Of' já começa a aquece-los logo após. 'Panic Switch' e 'Catch And Release' estão inclusas não só nesse, mas também no 'MTV Unplugged', coletânia que com certeza absoluta merece ser ouvida (talvez mais do que o próprio Swoon, motivo do post).



Não considero Silversun Pickups a descoberta do ano e nem algo que vá revolucionar o meu ou o seu gosto musical, mas sim uma banda que merece alguns minutos de sua atenção. Com apenas dois álbuns e um acústico (fora os EPs e essas coisas de praxe) - todos de uma qualidade e um trabalho bem feito, quase únicos -, uma bela lista de influências e ótimas críticas, é o que índico sem sombra de duvidas nesse dia 14 de janeiro de 2012.

Um abraço e até a próxima.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

1990s - Cookies

Apesar do nome, o 1990s lançou seu primeiro álbum em 2007 - o maravilhoso Cookies. Um dos álbuns mais divertidos da década, é triste ver o como ele foi ‘esquecido’. A comparação mais próxima do som deles é, possivelmente, Franz Ferdinand apesar de no fundo nem parecer muito. Vale dizer também que o 1990s vem da mesma terra que o Franz, a Escócia. (que também é a mesma do Jesus and Mary Chain, e Belle and Sebastian, e Teenage Fanclub, e Sons and Daughters, e Camera Obscura, e The Vaselines, e prontoparei.)

As letras das músicas do Cookies são muito bem-humoradas, inteligentes e dão a impressão de que nem a própria banda se leva tão a sério. O que na maioria das vezes cria coisas ótimas e despretenciosas, veja Art Brut (outra banda, posso falar deles outra hora). As músicas em si podem não ter o instrumental mais genial de todos ou serem super vanguardistas, mas são muito animadas e divertidas. É completamente possível colocar o álbum todo pra tocar e nem perceber o tempo passar. Com doze faixas e pouco mais de meia hora, Cookies é um álbum que não vai te fazer refletir sobre a metafísica da vida ou sobre o porquê da Mona Lisa estar sorrindo. Mas com certeza vai alegrar seu dia.

Faixas que merecem destaque: “You Made Me Like It”, “See You At The Lights”, “Is There A Switch For That?”, “Risque Pictures”.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Morrissey - Years of Refusal

Desde que eu ouvi The Smiths pela primeira vez alguns anos atrás, eles quase nunca saíram de minhas playlists. E por algum motivo ou por outro, nunca tinha prestado atenção na carreira solo do Morrissey - que já conta com nove álbuns de estúdio lançados e algumas compilações desde 1988, pouquíssimo tempo depois do Smiths (sadly) acabar. Mas a questão é: Years of Refusal, último trabalho do cantor, saiu no começo do ano passado e é ótimo.

Qual é a do bebê? Também não sei, mas isso é o de menos - é possívelmente o melhor álbum do Morrissey pós-Smiths desde o Maladjusted de 1997. O que era pra se esperar é que conforme os anos vão passando e ele vai ficando cada vez mais velho, suas músicas vão se tornando cada vez mais calmas (tipo o que aconteceu com Elton John), certo? Talvez, mas não é isso que acontece com Morrissey. Years of Refusal tem músicas rápidas e algumas têm guitarras que são mais agressivas do que qualquer coisa que o Smiths já fez. E Morrissey já tem cinquenta anos agora.

Uma coisa é certa: Morrissey se redescobriu completamente nesse álbum. Até sua voz parece ter sido trabalhada de forma diferente dos trabalhos anteriores (incluindo Smiths). Com Years of Refusal, Morrissey prova (provavelmente de forma não intencional) que não existe idade pra se fazer ou ouvir música boa.

Faixas que merecem destaque: “Something Is Squeezing My Skull”, “When Last I Spoke To Carol”, “It's Not Your Birthday Anymore”, “I'm OK by Myself”.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

The xx - xx

Uma banda que teve seu (ligeiramente supervalorizado) debut lançado ano passado, The xx apareceu ‘do nada’ e de repente era a banda mais hype de todas. O ótimo lead-single do álbum, “Crystalised” talvez tenha ajudado, ok. O som bem minimalista da banda é provavelmente único, não dá pra querer dizer ‘Ah, xx é parecido com tal banda’ porque realmente não dá. Em apresentações ao vivo, eles não tem nem uma bateria - a percussão é feita com um sintetizador. O trio que começou como quarteto (a tecladista saiu da banda alguns meses depois de lançado o debut) fez um dos álbuns mais impressionantes dos últimos tempos, sim. Pelo menos em parte.

xx (o título do álbum é ‘xx’ mesmo, não ‘The xx’) começa com uma sequência incrível e as cinco primeiras músicas são de tirar o fôlego. É uma viagem que você só percebe que acabou quando começa “Fantasy”, a sexta faixa, com certeza o ponto mais baixo do álbum. Não vou dizer que a partir daí a qualidade cai um pouco, mas simplesmente não há mais nenhuma música significativa de verdade depois. Talvez “Night Time”, mas não é mais a mesma coisa. As últimas músicas do álbum não são tão boas quando comparadas às primeiras - não são ruins, mas são meio desanimadoras depois de se ter ouvido “Islands”, “Crystalised” e “Heart Skipped A Beat”.

Apesar desse detalhe, vale a pena ouvir. Os vocais são divididos entre o baixista e a guitarrista; e os riffs de guitarra são minimalistas, leves e bem feitos, assim como o baixo que também é impecável. Como já tinha dito, é um pouco supervalorizado. Mas não dá pra negar que eles fizeram um bom trabalho (o álbum foi produzido pela própria banda).

domingo, 10 de janeiro de 2010

Codeine Velvet Club - Codeine Velvet Club

Meninos, meninas e simpatizantes: olá! Meu nome é André e eu sou o novo colaborador aqui do UBPD, qualquer coisa reclamem com o Vinícius. Tinha pensado em fazer um post primeiro pra me apresentar direito antes de ir ao que interessa, mas achei que seria uma perda de tempo e espaço. Então vamos direto ao que importa:
Acredito que alguns de vocês (a maioria, espero) conhecem The Fratellis, e seu ótimo debut Costello Music de 2006. Depois dele, também teve em 2008 o apenas 'bom' Here We Stand. E depois dele, o vocalista Jon Fratelli começou uma banda nova com a cantora Lou Hickey, e hoje o duo atende pelo nome Codeine Velvet Club. Eles lançaram no finalzinho do ano passado seu debut, chamado simplesmente Codeine Velvet Club. O que difere esse projeto paralelo do Jon Fratelli da maioria dos projetos paralelos atuais é que ele carrega muito pouco de sua banda principal (no caso, Fratellis). Claro que há momentos em que é parecido com o que já conhecíamos do Costello Music, mas os momentos são raros. No geral, o som da banda tem um clima quase ‘anos 20’. São músicas pop de primeira com uma seção de metais impecável. Também vale a pena ressaltar que a vocalista Lou Hickey tem uma voz linda e que casa perfeitamente com a do Jon.

Um álbum recomendadíssimo, com músicas dançantes (“The Black Roses”), calmas (“Reste Avec Moi”) e tem até uma quase valsa no meio (“Nevada”). Mas é “I Would Send You Roses” a faixa que provavelmente mais merece destaque dentre as 12 que compõem o álbum. Apesar de tecnicamente ter sido lançado em 2009 (28 de Dezembro...), ele com certeza estará na minha lista de melhores álbuns de 2010.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Paul Banks - Julian Plenti is... Skyscraper.

Muitos já devem conhecer Paul Banks pelo seu trabalho no Interpol - muito bem feito, devo dizer -, o que nem todo mundo sabe é que ano passado ele lançou um trabalho solo usando o tal nome 'Julian Plenti', álbum que por coincidência (ou não, obviamente) é o abordado nesse post.


Não vou dizer que as músicas são inesperadamente boas, uma vez que vindas do cantor, escritor e guitarrista do Interpol, podemos pular essas formalidades, vamos ignorar o 'inesperadamente' e apenas dizer que elas são muito boas. Uma coisa que acho interessante é que são poucas as músicas que parecem ter sido tiradas de b-sides da banda principal do cara, como acontece algumas vezes com artistas que resolvem lançar trabalhos solos, um exemplo disso é Games For Days, que em boa parte lembra o Interpol de Our Love To Admire, mas isso não é o suficiente para desqualificar o álbum ou desambienta-lo (essa palavra existe?). A abertura com Only If Your Run cria a atmosfera com maestria, e nenhuma outra música deixa a petaca cair. Fun That We Have, Skyscraper, Girls On The Sporting News chamam muito a atenção, sem desmerecer as outras, devo deixar claro. Madri Song, apesar da pouca letra, é linda de ser ouvida, realmente um dos muitos pontos altos do álbum. Resumindo bem, ouça todas com boa vontade, valem a pena.


Sem duvida, Banks faz um belo trabalho pelo Interpol, mas é como Plenti que nos é revelada toda sua capacidade como músico e compositor, uma individualidade (apesar dessa dupla personalidade, no caso) que merece um post aqui e uma chance no seu player.
Abraço e bom sábado.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Death From Above 1979 - You're A Woman, I'm A Machine.


Death From Above 1979 é uma banda canadense, são os primos bem educados dos nossos vizinhos estadunidenses, aqueles que falam francês e convivem com ursos nas planícies cobertas pela neve. Essa primeira ideia pode fazer muita gente esperar alguma coisa meio Morissette, algo um tanto quanto equivocado, já que o som agressivo e com pegadas no tal dance punk é quase único.

Inesperadamente, a ausência de um guitarrista - e da guitarra, obviamente - não diminui a qualidade do álbum, a dupla composta por um baixista/tocador de sintetizador (seja lá o nome de quem assume essa função) e um vocal/baterista cumprem o dever com honras ao mérito. Romantic Rights, Blood On Our Hands e Black History Month, os singles do álbum, destacam-se entre as outras, mas sem desvaloriza-las. A faixa título You're A Woman, I'm A Machine também merece atenção, assim como todo o resto, claro. Músicas com uma certa tensão, tanto na sonoridade quanto nos vocais.
Apesar do álbum ser de 2004, só tive a oportunidade de ouvi-lo nesses últimos dias, e confesso que com o que eu já tinha ouvido sobre a banda acabei por esperar algo diferente. Fui surpreendido tanto pela diferença entre o que eu tinha formado sobre DFA1979 e a realidade, quanto pelo fato d'eu ,ainda assim, ter gostado tanto dos caras. Sem dúvida ele ainda consegue chamar a atenção em meio a essa nova leva de bandas que os tem como clara influência, e que muitas vezes acabam fazendo apenas mais do mesmo.
Obs.: O Romance Bloody Romance: Remix & B-Sides, álbum de remix lançado em 2005, também deve ser levado em consideração por quem resolver dar uma chance aos canadenses.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Phoenix - Wolfgang Amadeus Phoenix.


Phoenix é uma banda francesa de synth pop, ou seja, uma banda com um rock alternativo que também faz uso de sintedizadores para conseguir aquele sonzinho diferente que muita gente gosta, e nesse caso, inclusive eu. Mas se você quiser também pode joga-la no famigerado indie rock, apesar d'eu considerar essa tag um tanto quanto suspeita. Os caras estão na estrada desde 1995, apesar do nome Phoenix ter surgido oficialmente em 1996. Frutos do final dos anos 90, apesar do som um tanto quanto diferente do geral tocado nesse período, fazem jus a década - digo isso pessoalmente, por gostar desses anos -, mas foi apenas em 2009 que eles realmente saíram do submundo, com Wolfgang Amadeus Phoenix.


O álbum é bonito, divertido e harmônico. Confesso que as músicas as vezes passam aquela sensação de 'já ouvi isso antes', não como algo copiado, mas sim aquilo de realmente já te ouvido aquela música anteriormente, em algum trecho de comercial ou algo do tipo, tipo aquele comercial da Lacoste com a música da Feist. Posso dizer que as duas primeiras faixas do álbum - Lisztomania e 1901 - são tão divertidas que você corre o risco de cair na tentação de mander o play nelas e esquecer o resto, coisa que não deve ser feita; a instrumental Love Like A Sunset I, seguida pela II são uma boa ponte entre algo que parece dividir o álbum, e o que vem logo após vale a pena a espera. Considero Lasso uma das melhores músicas entre as dez, não desmerecendo suas companheiras, o modo como ela 'sobe e desce' é contagiante. Rome, Big Sun, Girlfriend e Armistice também cumprem seu papel, compondo este ótimo CD.
Eu não sou exatamente o maior dos fãs dessa ramificação musical, mas sem sombra de dúvida indico Wolfgang Amadeus Phoenix (belo trocadilho, por sinal) aos leitores do Uma Banda Por Dia, e acredito ter sido uma boa colocação para uma tentiva de coloca-lo de volta na ativa.
Um abraço a todos e feliz 2010, antes que eu me esqueça.