terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

The Cure - Disintegration

Dizer que The Cure veio da Inglaterra e é uma das maiores bandas de todos os tempos me parece desnecessário, então vamos logo ao que interessa:

Disintegration. É quase um consenso geral que Disintegration (1989) é o melhor e mais completo álbum já feito pelo Cure, e é só ouví-lo que fica bem fácil de entender o porquê disso. Assim como no lançamento anterior, o também incrível Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me (1987), as composições de Robert Smith estão em sua melhor fase, são assustadoramente bonitas - também vale apena dizer que Smtih é um guitarrista dolorosamente subvalorizado. O uso de ‘espaço’/pausa nas suas canções tem um papel tão fundamental quanto o das notas em si. Os teclados/pianos também merecem um destaque aqui. Mas provavelmente o instrumento que mereça mais destaque de todos é o baixo. Simon Gallup, em Disintegration mais do que qualquer outro trabalho do Cure, prova que não é só de Robert Smith que The Cure é feito.

Poucos álbuns têm uma faixa de abertura tão poderosa quanto “Plainsong”, que é com certeza o primeiro dos inúmeros pontos altos. “The Same Deep Water as You”, que tem sempre um apropriado barulho de chuva ao fundo, tem escrito ‘perfeição’ em cada segundo de seus quase dez minutos - é uma das melhores músicas já feitas, por qualquer artista. “Lullaby” tem uma das melodias mais intimidadoras, o desespero nos vocais e instrumentos de “Fascination Street” é desconcertante, “Prayers for Rain” tem teclados bastante dramáticos. E, em contrapartida, Disintegration também é o lar da música mais doce já feita pelo Cure em toda sua carreira: “Lovesong”.

São doze faixas que resultam em setenta minutos do mais puro nirvana. Disintegration é um divisor de águas na vida de qualquer pessoa - você nunca mais ouvirá qualquer música da mesma forma. Simplesmente ouça-o, ainda mais se você achava que Cure não era nada além de “Boys Don't Cry”.

Em 2002, The Cure fez dois shows em Berlim, Alemanha, tocando uma ‘trilogia’: os álbuns Pornography (1982), Disintegration (1989) e Bloodflowers (2000) completos - Smith disse que esses três álbuns estão profundamente vinculados em diversas formas. Trilogy saiu em DVD em 2003, e é um dos melhores shows-que-saíram-em-DVD lançados até hoje, assista se tiver a oportunidade.


Faixas que merecem destaque: “The Same Deep Water as You”, “Plainsong”, “Last Dance”, “Untitled”, “Disintegration”, “Prayers for Rain”, “Lullaby”, “Lovesong”, “Pictures of You”, “Homesick”, “Closedown”, “Fascination Street”.

Sim, todas as doze. É um completo clássico, fazer o quê?

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