domingo, 28 de fevereiro de 2010

The Boy Least Likely To - The Best Party Ever

The Boy Least Likely To, uma dupla formada por Pete Hobbs e Jof Owen na Inglaterra, é uma das bandas mais ‘cute’ e twee de todos os tempos. Seu debut, The Best Party Ever (2005), tem uma combinação perfeita de banjos, glockenspiels, palmas, percussões leves, tecladinhos, flautas e violinos - tudo isso junto com as letras que oscilam entre bastante doces e quase sombrias. É fácil se perder no meio das composições.

The Boy Least Likely To já foi descrito como o que aconteceria se bicinhos de pelúcia se reunissem e formassem uma banda - e é exatamente isso mesmo. Seu som é bastante inocente e infantil. “I See Spiders When I Close My Eyes” tem uma letra tão paranóica quanto o título sugere, mas, no geral, The Best Party Ever é um álbum extremamente positivo, bem-humorado e divertido que vai, com certeza, colocar um sorriso em seu rosto.


Faixas: “Be Gentle With Me”, “I'm Glad I Hitched My Apple Wagon To Your Star”, “Warm Panda Cola”, “Paper Cuts”, “Hugging My Grudge”, “The Battle of The Boy Least Likely To”, “I See Spiders When I Close My Eyes”.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

The Rentals - Return of the Rentals

The Rentals é uma banda que foi iniciada por Matt Sharp, baixista do Weezer, em 1995 depois que ele saiu do Weezer. Apesar do nome do álbum, Return of the Rentals (1995) é seu debut - que conta com a participação de Patrick Wilson (baterista do Weezer) e Petra Haden (violinista do that dog.), entre outros. O maior diferencial do Rentals, em relação ao Weezer, é que suas composições têm melodias bastante divertidas baseadas em sintetizadores moog e violinos. Sharp divide os vocais com Cherielynn Westrich, criando dinâmicas interessantes entre os vocais masculinos e femininos.

Return of the Rentals é um álbum pop memorável que flerta com o new wave o tempo todo. Com letras basicamente sobre amor e às vezes bastante enigmáticas, The Rentals nunca perde a energia e a espontaneidade, tornando-o agradável de ouvir. As músicas são leves e divertidas, com ganchos que grudam e ficam em sua cabeça por horas. The Rentals pode não ter sido a maior banda dos anos 90, mas com certeza foram bastante influentes. Bandas como Yeah Yeah Yeahs, Tegan and Sara e Ash já regravaram versões de suas músicas.

Em 1999 lançaram um segundo álbum, Seven More Minutes, que conta com músicos convidados como Damon Albarn (Blur), Miki Berenyi (Lush) e Donna Matthews (Elastica), mas Seven More Minutes, principalmente em comparação com Return of the Rentals, falha em conseguir o tom de inocência e novidade apresentado pelo Rentals em seu debut - mas mesmo assim vale a pena ouvir.

Matt Sharp reuniu o The Rentals em 2005 e lançou um EP chamado The Last Little Life dois anos depois. Em 2009, a banda fez um projeto chamado Songs About Time dividido em várias partes: Photographies About Days (365 fotografias, uma por dia), Films About Weeks (52 curtas, um por semana) e Songs About Time (3 EPs, lançados em abril, julho e outubro). Mas ainda não há nenhuma notícia se eles pretendem fazer um terceiro álbum completo.


Faixas: “The Love I'm Searching For”, “Waiting”, “Friends Of P.”, “Please Let That Be You”, “Sweetness and Tenderness”, “Brilliant Boy”.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Soren Well - Starry Eyes Gone Blank Tonight EP

Soren Well apareceu no Brooklyn, NYC, e faz um shoegaze de primeira. Lançaram seu primeiro EP, Starry Eyes Gone Blank Tonight, em Dezembro de 2009 e apesar de serem só seis faixas, é uma grande prova de que o quinteto tem competência de sobra. Seu som parece ter saído diretamente do começo dos anos 90, quando shoegaze vivia o seu auge. É quase impossível acreditar que Starry Eyes Gone Blank Tonight é, de fato, seu primeiro lançamento.

Além do óbvio My Bloody Valentine, também é possível identificar traços de Chapterhouse, The Smashing Pumpkins, Ride e Blur (principalmente do Leisure), assim como de bandas mais atuais como A Place to Bury Strangers, fazendo um som bastante onírico. E pra completar tudo, as letras do Soren Well também são excepcionais. Você coloca pra tocar a primeira faixa, “After”, e quando se dá por si, já está no final da última, “Glass”, e nem percebeu o tempo passar - você tem sorte se conseguir lembrar-se de respirar nesse meio tempo.

Palavras como ‘incrível’, ‘fenomenal’ e até ‘viciante’ não são suficientes. Só ouvindo.

Soren Well, com toda sua genialidade, mostra que o ‘newgaze/shoegaze revival’ dos anos 2000 não está indo embora nessa nova década, está ficando cada vez melhor.


Faixas: “After”, “Starry Eyes Gone Blank Tonight”, “This Burden Down”, “Plaster”, “Black Transmissions”, “Glass”.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Blood Red Shoes - Fire Like This

Uma dupla formada por Laura-Mary Carter, guitarra, e Steven Ansell, bateria, o Blood Red Shoes veio da Inglaterra e lançaram alguns singles e EPs desde entre 2005 e 2008, quando saiu seu debut - Box of Secrets. E Box of Secrets foi um álbum incrível, o melhor debut que eles poderiam ter lançado, todas as músicas tem uma pegada punk, rápidas e simples, e em alguns momentos do álbum dava pra dizer que é ‘quase grunge’. Blood Red Shoes se distancia da atual ‘cena rock’ inglesa, eles se consideram uma banda punk e citam Nirvana, Babes in Toyland, Queens of the Stone Age, Pixies, Sonic Youth, Blur e PJ Harvey como influências. E agora, quase dois anos depois, lançam seu segundo disco, Fire Like This - que não decepciona nem um pouco.

Como em seu debut, Laura-Mary e Steven dividem os vocais o tempo todo, praticamente metade do álbum ‘para cada’. Se Box of Secrets tinha as velocidades ‘rápido’ (“It's Getting Boring By The Sea”) e ‘mais rápido ainda’ (“You Bring Me Down”), Fire Like This adiciona o ‘quase calmo’ (“When We Wake”), que o torna um álbum muito mais completo. Os refrões continuam grudentos, e todas as músicas aqui têm um grande potencial ‘radio-friendly’ que, sinceramente, não machuca em nada. A sempre-presente química entre Carter e Ansell está muito mais forte, e isso torna a toda a dinâmica básica do ‘calmo/barulhento’ muito mais sutil do que no debut. Mas a real mudança mais nítida é a última faixa, “Colours Fade”, que, com sete minutos, é simplesmente gigantesca, o épico que normalmente não seria associado com Blood Red Shoes. É realmente difícil não citar cada uma das dez músicas como sendo um ponto alto. Fire Like This é um álbum forte do começo ao fim, extremamente recomendado.



Faixas que merecem destaque: “It Is Happening Again”, “Heartsink”, “Colours Fade”, “Don't Ask”, “Light It Up”, “When We Wake”, “Keeping It Close”.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Holly Miranda - The Magician's Private Library

Holly Miranda nasceu em Detroit, Michigan, faz parte da banda The Jealous Girlfriends e lançou seu primeiro álbum solo em 2010, The Magician's Private Library. O debut foi produzido por Dave Sitek do TV on the Radio, que já produziu artistas que vão desde Yeah Yeah Yeahs até Scarlett Johansson, sem contar os álbuns do próprio TV on the Radio. The Magician's Private Library é provavelmente a supresa mais agradável desse ano - seu som pode ser descrito como o que sairia de uma colaboração entre Chan Marshall e Annie Clark, também conhecidas como Cat Power e St. Vincent, respectivamente.

O álbum, com dez faixas e um pouco mais de quarenta minutos, tem um clima bastante ‘atmosférico’ e etéreo, que às vezes pode remeter a Björk. Ademais, uns toques de jazz também estão presentes em alguns momentos estratégicos, o que engrandece ainda mais o conjunto da obra. Holly é uma musicista talentosíssima (além de cantar, ela toca piano, guitarra e trombeta), e The Magician's Private Library é um disco extremamente bem feito. O álbum mal saiu, mas depois de ouví-lo não dá pra não ficar querendo um segundo disco logo. Simplesmente brilhante, é pra ouvir milhares e milhares de vezes.


Faixas que merecem destaque: “Forest Green, Oh Forest Green”, “Sleep On Fire”, “Sweet Dreams”, “Everytime I Go To Sleep”, “No One Just Is”, “Slow Burn Treason”.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Plastiscines - About Love

Plastiscines veio da França, mesma terra do Phoenix, e é formado por quatro meninas. Em 2007, elas lançaram seu primeiro álbum, LP1, que é um punk rock bem básico e cru com a maioria das letras cantada em francês. Mas foi em About Love, de 2009, que todo o potencial das meninas foi aproveitado ao seu máximo. As músicas são menos adolescentes, mais trabalhadas e melhor produzidas também - e continua com a mesma energia que abundou em seu debut.

As influências da banda vão desde o punk rock do Ramones e Stooges até White Stripes e Libertines. Blondie também é bastante óbvio.
Em About Love, a maior parte das músicas é em inglês - embora elas pareçam muito mais confiantes nas que são cantadas em sua língua nativa -, mas mesmo assim é impossível não as comparar com bandas como The Donnas. E, no final, nem são tão parecidas assim - Plastiscines, nesse novo álbum, tem um ótimo toque mais ‘dançante’, como no lead single “Barcelona”. “I Am Down”, com pouco mais de quatro minutos é a música mais longa e calma do álbum, também é impressionante e prova que Plastiscines tem competência de sobra para fazer baladas.

Você pode não falar francês e não entender uma palavra nas letras, mas com certeza se pegará cantando “Pas Avec Toi” e “Camera” quando menos esperar.



Faixas que merecem destaque: “Camera”, “Pas Avec Toi”, “I Could Rob You”, “Barcelona”, “Runnaway”, “You're No Good”, “Another Kiss”.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

of Montreal - Satanic Panic in the Attic

Apesar do nome, of Montreal veio dos Estados Unidos. Formado em 1996 por Kevin Barnes, of Montreal já lançou nove álbuns de estúdio até 2009, e dezenas de EPs nesse tempo também. Em 2004, lançaram um álbum chamado Satanic Panic in the Attic e é provavelmente o que ilustra of Montreal em sua melhor fase.

Como dá pra ter uma ideia pelo nome do disco, as letras do of Montreal brincam com aliterações e trocadilhos criando rimas inteligentíssimas. Satanic Panic in the Attic não é um disco tão ambicioso quanto outros trabalhos passados do of Montreal, e talvez seja por isso que é tão bom e agradável de se ouvir. Guitarras clássicas de rock convivem em harmonia com pianos, teclados e outros instrumentos não muito ortodoxos, como xilofones, criando um indie pop bastante psicodélico. E é, antes de tudo, um álbum pop - depois de ouví-lo, é normal ficar com certos trechos, como o impossívelmente grudento refrão de “Rapture Rapes The Muses”, preso na cabeça por horas.

O of Montreal, que faz parte do Elephant 6 Collective, tem uma discografia memorável. Mas que deve ser ouvida com a mente aberta, principalmente os dois álbuns lançados depois de Satanic Panic in the Attic - The Sunlandic Twins (2005) e Hissing Fauna, Are You the Destroyer? (2007).


Faixas que merecem destaque: “Lysergic Bliss”, “Rapture Rapes The Muses”, “Eros' Entropic Tundra”, “Chrissy Kiss The Corpse”, “Vegan In Furs”, “City Bird”.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Two Door Cinema Club - Tourist History

Vindos da Irlanda do Norte, o Two Door Cinema Club tem um árduo caminho pela frente. Há grandes chances do trio cair no esquecimento e serem mencionados como ‘apenas mais uma banda indie britânica’ - e isso é bastante injusto. Tourist History, o melhor debut até agora e possivelmente um dos melhores de 2010, mescla toques eletrônicos com o já clássico indie rock sem seguir a ‘tendência’ e dar prioridade aos sintetizadores. A música de abertura, “Cigarettes in the Theatre”, parece mais um outtake do Bloc Party, mais especificamente do Silent Alarm, e no decorrer do álbum também é possível encontrar influências de Phoenix, Editors, Franz Ferdinand, The Futureheads e até mesmo Death Cab for Cutie.

O Two Door Cinema Club já havia lançado alguns ótimos singles em 2009, mas nem sempre isso garante qualidade para o debut todo (como aconteceu com o White Lies ano passado). Felizmente, Tourist History não decepciona. O álbum tem um pouco mais de trinta minutos divididos em dez consistentes faixas que fluem com uma naturalidade impressionante - não há um único momento ‘difícil’. É um álbum curto, nenhuma música chega aos quatro minutos, mas há sempre uma confiança e entusiasmo que fazem com que nada nele chegue a ficar repetitivo.

A maior ‘beleza’ de Two Door Cinema Club é que eles não fingem que as músicas apresentadas em Tourist History têm um som completamente novo, porque não têm. E, hoje em dia, só isso já é o suficiente para dar uma chance a eles.


Faixas que merecem destaque: “Undercover Martyn”, “Cigarettes in the Theatre”, “I Can Talk”, “Eat That Up, It's Good For You”, “Something Good Can Work”, “Come Back Home”.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Metric - Old World Underground, Where Are You Now?

O Metric veio do Canadá e Old World Underdround, Where Are You Now? é o nome de seu primeiro álbum de estúdio, lançado em 2003. Uma mistura perfeita de indie com new wave, Old World Underground... é bem agradável de se ouvir. Os instrumentos estão em harmonia, não há exageros e nem ‘falta’ nada. Há momentos bastante únicos, como “Calculation (Theme)”, que é basicamente a vocalista Emily Haines cantando ao som de nada além de um teclado bem simples - e a voz de Haines é, possivelmente, o melhor instrumento da banda.

Talvez o pior defeito do álbum seja de ser simples ‘demais’ às vezes. Mas Old World Underground... é um ótimo debut de uma banda memorável. As letras são bem pensadas, a guitarra e o teclado se completam de uma ótima forma, enquanto o baixo e a bateria fazem um bom rítimo, com ocasionais influências de dance punk. Vale a pena dizer também que dois de seus membros, a vocalista/tecladista Emily Haines e o guitarrista James Shaw, também fazem parte do supergrupo experimental Broken Social Scene - o mesmo que também conta com a Feist entre seus membros.

Depois de Old World Underground, Where Are You Now? o Metric lançou outros três álbuns, sendo o mais novo deles, Fantasies, do ano passado - e todos merecem ser ouvidos.


Faixas que merecem destaque: “IOU”, “The List”, “Wet Blanket”, “Succexy”, “Dead Disco”, “Combat Baby”.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Cat Power - You Are Free

Nada melhor do que um álbum bastante calmo e limpo, em oposição ao shoegaze do post de ontem. E nesse sentido, não há um álbum melhor do que You Are Free da Cat Power - também conhecida como Chan Marshall, seu nome verdadeiro.

Chan lançou seu primeiro álbum, Dear Sir, em 1995 e Jukebox, seu oitavo e mais novo trabalho, foi lançado em 2008 e seu próximo está planejado para esse ano. You Are Free, o sexto, saiu em 2003 e é possivelmente o seu melhor. As composições são bastante simples e minimalistas, as letras são bastante reflexivas e a voz de Chan é, como sempre, suave e intoxicante.

You Are Free oscila o tempo todo entre acústico e levemente elétrico, calmo e animado, e é até ocasionalmente depressivo. É um álbum absolutamente lindo. Não há muito mais o que dizer sobre ele, é um álbum que fala por si mesmo e te convence em cada uma de suas 14 faixas. Também vale a pena dizer que Dave Grohl é responsável pelas baterias de You Are Free, Eddie Vedder faz vocais de apoio em duas músicas e o violinista Warren Ellis toca em duas músicas. Fora isso, You Are Free é composto basicamente pela Chan sozinha cantando e tocando violão ou piano. Vou ser repetitivo: é um álbum absolutamente lindo. Com certeza você não se arrependerá se der uma chance a ele.



Faixas que merecem destaque: “I Don't Blame You”, “Free”, “Good Woman”, “Werewolf”, “He War”, “Half Of You”, “Evolution”, “Maybe Not”.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Asobi Seksu - Citrus

Asobi Seksu veio do lugar mais legal atualmente para a música, Brooklyn, NYC, e faz um som bastante único; misturam toda distorção e reverb típicos do shoegaze com a leveza e ingenuidade do j-pop. Citrus (2006), seu segundo álbum, leva exatamente isso (que já tinha sido feito com o debut Asobi Seksu de dois anos antes) ao extremo. A vocalista/tecladista Yuki Chukidate canta o tempo todo alternando entre vocais bastante suaves, às vezes quase inaudíveis, e gigantescos sussurros, embaixo das camadas e mais camadas de guitarras distorcidas de James Hanna (os dois membros regulares da banda).

É possível ver bem nitidamente que entre as suas influências primordiais estão bandas da era mais clássica do shoegaze: Ride, Moose, Slowdive e, é claro, My Bloody Valentine. Yuki divide bem o tempo entre cantar em inglês e japonês, tornando Asobi Seksu ainda mais ‘exótico’. No conjunto todo da obra, Citrus cria, possivelmente, as ‘walls of sound’ mais sufocantes desde o Loveless do My Bloody Valentine (1991) - e é um dos melhores álbuns shoegaze que você vai ouvir na vida.

Asobi Seksu é um dos melhores exemplos do so-called ‘newgaze’, artistas dos anos 2000 que trouxeram de volta o shoegaze, que atingiu seu auge no fim dos anos 80/começo dos anos 90 e desde então foi gradativamente perdendo o lugar para o grunge e o britpop.

Sobre o nome da banda, ‘Asobi’ (pronúncia: ‘assobi’) significa ‘divertido’ em japonês e acho que ‘Seksu’ já é bastante auto-explicativo.


Faixas que mercem destaque: “Thursday”, “Red Sea”, “Lions and Tigers”, “Nefi + Girly”, “Strawberries”, “Goodbye”.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Placebo - Battle for the Sun

Placebo foi formado em Londres e vem fazendo álbuns desde 1996. Battle for the Sun, o mais novo e sexto da carreira, foi lançado em 2009. Como o próprio título pode sugerir, Battle for the Sun é um álbum bastante otimista e positivo, sendo assim essencialmente o oposto de seu anterior, Meds (2006) que tinha músicas pessimistas e pesadas emocionalmente, com a maior parte do som centrada em teclados. Battle for the Sun é um álbum bastante maduro e adulto - tem as guitarras mais agressivas desde o debut, Placebo (1996), mas Brian Molko não tem mais 25 anos e isso fica evidente nas músicas - Molko não é nem mais tão andrógino quanto era alguns anos atrás.

Como qualquer mudança drástica no som de uma banda, nem todos apreciaram o Placebo de Battle for the Sun - o que é uma pena. Apesar de não ser de forma alguma o melhor álbum da carreira deles, verdadeiras pérolas, como “Julien”, “Kitty Litter” e “Kings of Medicine”, podem ser encontradas aqui. Esta última fecha o álbum com chave de ouro, a melhor das treze faixas com certeza.

Antes de seu lançamento, Brian Molko descreveu o álbum como sendo ‘pop pesado’, e é provavelmente a melhor forma de descrevê-lo. Battle for the Sun é bastante forte, sólido e coeso, com riffs agressivos, linhas de baixo sutis e uma bateria que junta tudo da melhor forma possível. Também há boas doses de orquestrações, pianos e sintetizadores em momentos estratégicos, que contribuem para a grandeza do álbum.

O maior ponto negativo é, provavelmente, seu lead single “For What It's Worth”, que é uma ótima música mas não boa o bastante pra esse papel, que teria sido ocupado de uma forma muito melhor por “Ashtray Heart” ou até mesmo “The Never-Ending Why”, o segundo single.

O Placebo também passou por uma mudança na sua formação, o baterista Steve Hewitt saiu da banda no final de 2007, Battle for the Sun é o primeiro álbum com Steve Forrest nas baquetas. E Forrest faz um ótimo trabalho - a bateria na faixa-título é a mais bem pensada e trabalhada da carreira da banda.


Faixas que merecem destaque: “Kings of Medicine”, “Julien”, “Kitty Litter”, “Ashtray Heart”, “Breathe Underwater”, “Come Undone”, “The Never-Ending Why”, “Battle for the Sun”.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

The Cure - Disintegration

Dizer que The Cure veio da Inglaterra e é uma das maiores bandas de todos os tempos me parece desnecessário, então vamos logo ao que interessa:

Disintegration. É quase um consenso geral que Disintegration (1989) é o melhor e mais completo álbum já feito pelo Cure, e é só ouví-lo que fica bem fácil de entender o porquê disso. Assim como no lançamento anterior, o também incrível Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me (1987), as composições de Robert Smith estão em sua melhor fase, são assustadoramente bonitas - também vale apena dizer que Smtih é um guitarrista dolorosamente subvalorizado. O uso de ‘espaço’/pausa nas suas canções tem um papel tão fundamental quanto o das notas em si. Os teclados/pianos também merecem um destaque aqui. Mas provavelmente o instrumento que mereça mais destaque de todos é o baixo. Simon Gallup, em Disintegration mais do que qualquer outro trabalho do Cure, prova que não é só de Robert Smith que The Cure é feito.

Poucos álbuns têm uma faixa de abertura tão poderosa quanto “Plainsong”, que é com certeza o primeiro dos inúmeros pontos altos. “The Same Deep Water as You”, que tem sempre um apropriado barulho de chuva ao fundo, tem escrito ‘perfeição’ em cada segundo de seus quase dez minutos - é uma das melhores músicas já feitas, por qualquer artista. “Lullaby” tem uma das melodias mais intimidadoras, o desespero nos vocais e instrumentos de “Fascination Street” é desconcertante, “Prayers for Rain” tem teclados bastante dramáticos. E, em contrapartida, Disintegration também é o lar da música mais doce já feita pelo Cure em toda sua carreira: “Lovesong”.

São doze faixas que resultam em setenta minutos do mais puro nirvana. Disintegration é um divisor de águas na vida de qualquer pessoa - você nunca mais ouvirá qualquer música da mesma forma. Simplesmente ouça-o, ainda mais se você achava que Cure não era nada além de “Boys Don't Cry”.

Em 2002, The Cure fez dois shows em Berlim, Alemanha, tocando uma ‘trilogia’: os álbuns Pornography (1982), Disintegration (1989) e Bloodflowers (2000) completos - Smith disse que esses três álbuns estão profundamente vinculados em diversas formas. Trilogy saiu em DVD em 2003, e é um dos melhores shows-que-saíram-em-DVD lançados até hoje, assista se tiver a oportunidade.


Faixas que merecem destaque: “The Same Deep Water as You”, “Plainsong”, “Last Dance”, “Untitled”, “Disintegration”, “Prayers for Rain”, “Lullaby”, “Lovesong”, “Pictures of You”, “Homesick”, “Closedown”, “Fascination Street”.

Sim, todas as doze. É um completo clássico, fazer o quê?

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

PJ Harvey - Rid of Me

Polly Jean ‘PJ’ Harvey é uma cultuada cantora nascida na Inglaterra que vem lançando álbums desde 1992. Ela começou sua carreira como parte de um trio (que também tinha o nome ‘PJ Harvey’), e eles lançaram dois álbuns antes de se separarem e PJ continuar com uma (poderosa) carreira solo. O último álbum lançado como trio, Rid of Me, de 1993, é um disco bastante ‘difícil’. As letras são quase ou completamente depressivas, as músicas são “cinza” e bastante inacessíveis. Tudo isso feito com uma enorme confiança e honestidade - é um dos melhores álbuns dos anos 90, e compete com Stories from the City, Stories from the Sea (2000) pelo título de ‘melhor álbum da PJ Harvey’.

O contraste Pixies-esque entre os momentos silenciosos e barulhentos é gritante, e o melhor exemplo disso é a faixa-título/que abre o disco, “Rid of Me”, que é até hoje uma das melhores músicas já feitas por PJ. Rid of Me foi produzido pelo lendário Steve Albini, que produziu os excelentes Surfer Rosa (Pixies) e In Utero (Nirvana) entre vários outros. Rid of Me é um álbum extremo em todos os sentidos da palavra. A faixa “Man-Size”, um dos dois singles de Rid of Me, aparece duas vezes na tracklist do álbum com exatamente a mesma letra, primeiro como “Man-Size Sextet”, que tem PJ cantando em cima de um quarteto de cordas que é tão agressivo quanto as guitarras da ‘versão rock’ “Man-Size”, três faixas depois. Épico, não?

PJ Harvey está sempre se reinventando (seu mais novo álbum, White Chalk, de 2007, usa piano como base e Polly canta com uma voz muito mais aguda que seu normal), e acabou se tornando uma das artistas mais influentes da música.


Curiosidade: O Placebo, cujo vocalista Brian Molko é um fã assumido de PJ, emprestou o verso “Don't you wish you never met her?” de “Rid of Me” para a música “Brick Shithouse” do álbum Without You I'm Nothing (1998).


Faixas que merecem destaque: “Rid of Me”, “50ft Queenie”, “Man-Size”, “Rub 'Til It Bleeds”, “Missed”, “Me-Jane”, “Dry”.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Dinosaur Jr. - Farm

Formada em 1984 em Amherst, Massachusetts, Dinosaur Jr. foi uma das bandas mais influentes dos anos 90 e um dos maiores ‘power trios’ também. Lançaram sete álbuns de estúdio entre 84 e 97, passaram por algumas mudanças na formação e ficaram dez anos sem lançar nada. Em 2005 a banda se reuiniu com os membros originais (J Mascis na guitarra/voz, Lou Barlow no baixo e Murph na bateria) e em 2007 lançou um álbum chamado Beyond e, em 2009, um chamado Farm.

Farm não é tão diferente de tudo que a banda já tinha feito, principalmente em Beyond, e é exatamente por isso que é um álbum tão bom. Farm é tão gigante quanto Dinosaur Jr. sempre foi. O álbum começa com a incrível “Pieces”, e já tem tudo ali: guitarras marcantes, baixo tão presente quanto, e, é claro, a voz inconfundível de J Mascis, seja cantando ou seja com os riffs/solos de guitarra. E o resto dele é tão energético quanto, apesar de algumas músicas mais calmas. Mascis assina também a produção do álbum e todas as músicas com exceção de “Your Weather” e “Imagination Blind”, que foram escritas por Barlow.

Farm é simplesmente monstruoso. É um álbum, assim como toda a discografia do Dinosaur Jr., pra ser ouvido milhares de vezes e no último volume.


Faixas que merecem destaque: “Pieces”, “Friends”, “Your Weather”, “Said The People”, “Over It”, “Ocean In The Way”.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

The Jazz June - The Scars To Prove It.

Vindos de um lugar de ninguem chamado Kutztown, na Pensilvania, os cinco integrantes da banda fazem deste álbum uma mistura de emo, prog e um post-hardcore. A recusa em se encaixa em um único estilo torna o trabalho dos rapazes em 'The Scars To Prove It' algo fascinante.

 

Sobre a banda não consegui encontrar informações precisas, mas confesso que também não pude procurar muito a fundo, então vamos nos focar no CD. Após uma pausa nas nova composições, os cinco retornaram com essa coletânea como um tributo a um amigo que foi diagnosticado com um tumor cerebral. As músicas, na realidade, não são inéditas. Versões não lançadas, ao vivo e inclusive as originais o compõe, totalizando 16 faixas no CD e mais as extras no DVD. 'Lower East Side', 'Nicaragua' (essa, por sinal, uma explendida e maluca mistura de indie, rock e funk), 'Sputnik - 1957', 'Viva La Speed Metal' (ponto extra positivo para essa, viradas geniais durante a música e um conjunto ótimo por todos os quase três minutos e meio), 'When The Drums Kick In', 'When In Rome' (sendo que as duas "Whens" ali também merecem uma ligeira maior atenção), ''Rich Kid Shakedown', 'We've Got The Situation' e 'Antiquated' são as que, pessoalmente, destaco. São muitas, mas levando em consideração que o total é 16, acho que está de bom tamanho.

 
Jazz June é uma banda que achei não sei aonde e sem saber como, mas que vale a pena todo o trabalho.
Um abraço a todos e até o próximo dia em que eu conseguir me desvenciliar das dores de cabeça atuais.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

The Chalets - Check In

The Chalets, vindos de Dublin, Irlanda, foi uma dessas bandas que acabou cedo demais. Cedo demais mesmo, eles lançaram um único álbum, chamado Check In, em 2005. O quinteto irlandês fazia um som sem muitas novidades, um indie rock com alguns teclados que, em alguns momentos, era quase um pop punk de primeira. Um som que já foi descrito como uma mistura perfeita de Le Tigre e The B-52's.

Check In, antes de mais nada, é um álbum divertido e descomprometido - as letras são inteligentes e despretenciosas, às vezes quase como se a banda estivesse dialogando entre si. Os vocais são divididos, em sua maioria, entre quatro de seus membros: o guitarrista, o baixista e as duas tecladistas - mas as duas meninas têm uma certa ‘prioridade’.

The Chalets foi definitivamente uma das bandas mais subvalorizadas dessa década, com refrões impossívelmente grudendos (que vão desde ‘Everybody wants to feel the machine’ até ‘I know you love me/But you're fucking crazy’) e instrumentais bastante simples mas bem pensados.

É realmente uma pena que eles acabaram em 2008. Check In é o tipo de álbum que deixa você querendo mais. Mas tudo que podemos fazer é escutá-lo e rezar para que a banda volte.

Vale a pena dizer que os poucos clipes do Chalets também merecem ser vistos. “Feel the Machine” tem um dos meus clipes preferidos de todos, é simplesmente genial.


Faixas que merecem destaque: “Theme From Chalets”, “Feel the Machine”, “Nightrocker”, “Sexy Mistake”, “Love Punch”, “Two Chord Song”, “Checkout”.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

The Whitest Boy Alive - Dreams

The Whitest Boy Alive é um projeto paralelo de Erlend Øye, da banda Kings of Convenience, e começou em 2003 como sendo algo eletrônico - mas acabou evoluindo e se tornou algo sem nenhum instrumento programado. A maior diferença entre Whitest Boy Alive e Kings of Convenience é que, enquanto KoC é uma dupla que usa violões acústicos, WBA é mais uma banda mais ‘completa’ e faz sua música usando guitarras e outros instrumentos elétricos - mas não esperece um indie rock à la Pavement ou até mesmo Arctic Monkeys. The Whitest Boy Alive tem sua música baseada em riffs de guitarra com minimalistas notas soltas no lugar de acordes - dá até pra traçar um paralelo com The xx nesse sentido, apesar de não serem nada parecidas.

Dreams, seu primeiro álbum, lançado em 2006, não feito usando instrumentos eletrônicos mas isso não torna as músicas menos dançantes. Com um baixo que conversa com a bateria da forma mais amigável possível, é impossível ficar parado ao som de pérolas como “Golden Cage”. A guitarra cuidadosamente trabalhada, assim como a voz inconfundível de Øye, também contribuem para fazer de Dreams um álbum notável. As linhas de baixo parecem ter saído de músicas do The Cure, de tão bem pensadas e executadas. Dreams é um álbum lindo, do começo ao fim, e merece ser escutado. Com certeza você não se arrependerá de tê-lo feito.

Em 2009, a banda lançou seu segundo álbum, entitulado Rules, que também vale a pena procurar.


Faixas que merecem destaque: “Golden Cage”, “Burning”, “Inflation”, “Fireworks”, “Above You”.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sonic Youth - The Eternal

Sonic Youth. Essas duas palavras sozinhas já deviam dizer tudo. Entretanto, The Eternal, seu mais novo lançamento (2009), merece algumas palavras a mais. Provavelmente o que torna Sonic Youth especial hoje em dia é o fato de que mesmo depois de quase trinta anos de carreira eles continuam fazendo álbuns que ainda soam como algo ‘novo’ e fresco. Em The Eternal, mais especificamente, a palavra ‘Youth’ em seu nome nunca esteve tão apropriada. Em alguns anos, The Eternal será considerado tão clássico quanto Daydream Nation (1988) é hoje.

The Eternal é, de uma certa forma, bastante diferente do último lançamento deles no sentido que é um álbum muito mais ‘rock'n'roll’ enquanto Rather Ripped (2006) é, em sua maioria, um pouco mais calmo. Há elementos em Eternal que nos remetem às várias ‘fases’ que o Sonic Youth já teve durante todos os anos, e é a primeira vez que eles juntaram tudo dessa forma. “Anti-Orgasm” é um dos melhores ‘duetos’ entre Kim Gordon e Thurston Moore da carreira da banda. Outro ponto positivo é que eles ‘não perderam’ seu dom de fazer músicas com perto de dez ou mais minutos que são tão boas desde o começo até o final, sem ficarem cansativas ou cheias de coisas desnecessárias.

Todas as mudanças que seu som sofreu na passagem de Rather Ripped para The Eternal apenas ilustram o quanto Sonic Youth sempre foi incrível. Com The Eternal, eles afirmam mais do que qualquer outra coisa que não pretendem parar tão cedo. E quem ganha com isso somos nós.


Faixas que merecem destaque: “Anti-Orgasm”, “Thunderclap for Bobby Pyn”, “Massage The History”, “Poison Arrow”, “Sacred Trickster”, “Malibu Gas Station”.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

The Joy Formidable - First You Have To Get Mad

The Joy Formidable, banda formada em Wales em 2006 como Sidecar Kisses, e passou por várias mudanças no nome e formação até acabarem com os três membros atuais e o nome The Joy Formidable em 2007. No comecinho de 2009, em Fevereiro, lançaram seu primeiro álbum de estúdio chamado A Balloon Called Moaning e foi, com certeza, um dos melhores debuts dos últimos tempos (assim como o do Pains of Being Pure at Heart). Em A Balloon Called Moaning eles misturam toda a ‘força’ e barulho do shoegaze com a delicadeza do dream pop à la Cranberries. Definitivamente, a pior coisa sobre A Balloon Called Moaning é o fato de que ele é um álbum muito curto - apenas oito faixas e um pouco menos de meia hora.

Alguns meses depois, em Novembro, lançaram seu primeiro álbum ao vivo chamado First You Have To Get Mad (provavelmente uma referência ao filme Rede de Intrigas, de 1976). First You Have To Get Mad, com dez faixas, nos apresenta também a três músicas novas: “Anemone”, “A Heavy Abacus” e “The Magnifying Glass”. A única música do A Balloon Called Moaning que não está presente é “9669”. E ao vivo, suas músicas ganham uma profundidade completamente nova e a influência de bandas como My Bloody Valentine e Sonic Youth é ainda mais nítida. Várias músicas são ‘alongadas’ nesse álbum e mais notávelmente “Whirring” e “While The Flies”, que acabam aqui com o dobro de seu tempo original. Os minutos extras são recheados de barulho e caos em seu melhor, de forma que poderiam deixar Kevin Shields orgulhoso.

Se as músicas novas de First You Have To Get Mad são alguma indicação de como seu segundo álbum será, com certeza vai ser ainda melhor que o primeiro. Mal posso esperar para ouvir uma versão em estúdio de “A Heavey Abacus”.


Faixas que merecem destaque: “A Heavy Abacus”, “The Magnifying Glass”, “Whirring”, “Austere”, “While The Flies”.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Biffy Clyro - Only Revolutions

Como disse no post sobre o Marmaduke Duke, Biffly Clyro é uma banda da Escócia. Kilmarnock, pra ser mais específico. Only Revolutions, de 2009, é o quinto álbum da carreira do trio e o primeiro lançado desde seu ‘breakthrough’, Puzzle, de 2007. É fácil entender por que Puzzle foi o álbum que lançou o Biffy, as músicas dele são um rock alternativo bem mais ‘acessível’ e as melodias são mais simples - foi um álbum ótimo, dava até pra compará-los com Foo Fighters. Naturalmente, depois de um álbum desses as expectativas para o próximo lançamento aumentam. E, infelizmente, Only Revolutions não as atingiu.

Apesar da capa magnífica, Only Revolutions tem um som muito mais ‘frio’ e distante do que qualquer outra coisa que eles lançaram antes. Claro que há exceções e músicas que são muito boas, como a incrível “Mountains” que já tinha sido lançada como single em 2008 - o que, provavelmente, contribuiu ainda mais para as expectativas de que o próximo lançamento fosse também incrível. O produtor do álbum é o mesmo que fez o Puzzle, Garth Richardson - que também já trabalhou com bandas como L7, Red Hot Chili Peppers, Kittie e Rage Against The Machine. Até Josh Homme, do Queens of the Stone Age, tem uma participação tocando guitarra na faixa “Bubbles”. Only Revolutions tinha tudo pra ser um álbum ótimo, mas na maioria das faixas há a sensação de que tem algo faltando.

O Biffy Clyro já tinha abandonado seu som quase-pesado-quase-experimental dos três primeiros álbuns no Puzzle, então não dá pra dizer que é isso que está faltando aqui.

Only Revolutions está longe de ser um álbum ruim. É simplesmente um álbum que atinge seu melhor na segunda música e desde então não te surpreende mais. E um disco com doze faixas, ou seja, é bastante tempo para ficar ‘indiferente’.


Faixas que merecem destaque: “The Captain”, “That Golden Rule”, “Mountains”.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

St. Vincent - Actor

St. Vincent é o nome artístico da multi-instrumentista Annie Clark - que já foi membro do The Polyphonic Spree e da banda do Sufjan Stevens. Além disso, Annie também fez uma participação na música “What's the Use of Wond'rin'?”, no álbum Who Killed Amanda Palmer, debut solo da Amanda Palmer do Dresden Dolls.
Ela lançou seu próprio debut solo (com o nome ‘St. Vincent’) em 2007, o ‘bom’ Marry Me - e, em 2009, lançou sua obra prima: Actor.

Actor é superior ao debut porque reune em todas as onze faixas os ‘melhores momentos’ do Marry Me, sendo, assim, um álbum com orquestrações delicadas e guitarras com distorções sujas, várias vezes ao mesmo tempo, sem que nenhum dos extremos pareça ‘errado’ ou fora do lugar. E ainda sobra espaço para uns riffs incríveis feitos no violão e algumas baterias com uma pegada de punk.

Com Actor, Annie Clark prova que é uma musicista completa. O álbum foi todo escrito por ela mesma, música e letras, com uma maestria e precisão que não são fáceis de encontrar. E principalmente quando há tanta mistura de gêneros e influências como aqui, dar um passo errado é bastante fácil. Mas, para nossa sorte, Annie não dá esse passo e Actor é extremamente agradável de se ouvir do começo ao fim.

Curiosidades (inúteis): Annie escreveu o álbum todo usando o aplicativo GarageBand, da Apple, e disse também que a inspiração para as músicas veio de seus filmes favoritos, como os do Woody Allen e as animações da Disney.


Faixas que merecem destaque: “Actor Out of Work”, “The Strangers”, “Marrow”, “Laughing With a Mouth of Blood”, “The Neighbors”, “Black Rainbow”.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

The Pains of Being Pure at Heart - The Pains of Being Pure at Heart

Mais uma pérola vinda do Brooklyn, NYC, The Pains of Being Pure at Heart lançou, em 2007, um EP com seis faixas chamado simplesmente The Pains of Being Pure at Heart, mas ninguém (e eu me incluo nisso) parecia ter ouvido falar neles antes de Fevereiro de 2009, mês em que lançaram seu primeiro álbum completo, The Pains of Being Pure at Heart (sim, o mesmo nome) - álbum que é, sem dúvida alguma, um dos melhores lançamentos dos últimos tempos.

Normalmente encontra-se a tag ‘shoegaze’ perto deles, mas eu acho que é um pouco exagero. Há, sim, influências claras, como My Bloody Valentine e Ride, e há também um certo grau do ‘barulho’ característico em seu som - mas no geral o Pains faz algo que é muito mais inclinado para o ‘indie pop’ do que para o shoegaze. ‘Twee noise’ talvez fosse uma definição mais apropriada.

Ao longo das (curtas) dez faixas, é possível encontrar, além de MBV e Ride, influências de Joy Division, The Smiths, The Cure e The Jesus and Mary Chain. The Pains of Being Pure at Heart é um álbum que não cansa - a cada vez que se ouve, as faixas estão diferentes. Eles fazem escrever músicas boas parecer incrívelmente fácil. É um ‘modern-day classic’.

E, para completar, em Setembro de 2009 lançaram um novo EP, chamado Higher Than the Stars, com quatro músicas tão incríveis quanto às do álbum e um (completamente dispensável) remix da faixa título.


Faixas que merecem destaque: “Young Adult Friction”, “A Teenager in Love”, “Hey Paul”, “Come Saturday”, “This Love Is Fucking Right!”, “Gentle Sons”, “Everything With You”, “Stay Alive”, “The Tenure Itch”, “Contender”.

(Sim, todas as dez. E “Ramona”, b-side do single Young Adult Friction, também é uma que vale a pena procurar.)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Marmaduke Duke - Duke Pandemonium

O Marmaduke Duke é uma dupla formada em Ayrshire, Escócia, por Simon Neil e JP Reid (membros das também esocesas bandas Biffy Clyro e Sucioperro respectivamente). Em 2005 eles lançaram o primeiro álbum, chamado The Magnificent Duke, composto por 18 faixas que se alternam igualmente entre uma seção ‘pesada’, uma acústica e outra instrumental. Mas em 2009, com seu segundo álbum entitulado Duke Pandemonium, o Marmaduke Duke abandonou essas ‘seções’ e nos presenteou com um disco com singelas 10 faixas extremamente bem executadas.

Duke Pandemonium é um álbum lindo, que mistura rock alternativo com synthpop ‘anos 80’, funk e experimentações sem exageros de uma forma notável. Da menos-de-2-minutos/curta-demais “Rubber Lover” (facilmente uma das melhores músicas do ano passado) até a quase-épica-com-8-minutos “Demon”, é difícil encontrar algo realmente ruim pra se dizer desse álbum. Os dois dividem os vocais, e os leves-mas-presentes sotaques escoceses contribuem para dar um certo ‘humor’ a mais em várias das músicas. Se for pra compará-los com outras bandas, os nomes Pulp, Gorillaz e Modest Mouse poderiam ser ditos em momentos diferentes do disco.

Também é interessante dizer que desde 2003, quando o Marmaduke Duke começou, sempre foi um projeto com ‘data pra acabar’. De acordo com Simon Neil, a banda e seus álbuns são baseados em uma trilogia de manuscritos não lançados, e eles só escrevem a trilha sonora para essas histórias. Eles já começaram a trabalhar em seu terceiro e último trabalho, que possivelmente, terá o apropriado título The Death of the Duke. Ainda não há nenhuma previsão para lançamento, infelizmente.

Além de tudo isso, a banda também é responsável por covers interessantíssimos de músicas como “Friday I'm in Love” do The Cure e “Single Ladies (Put A Ring On It)”, Beyoncé.


Faixas que merecem destaque: “Rubber Lover”, “Kid Gloves”, “Heartburn”, “Erotic Robotic”, “Skin The Mofo”.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Knapsack - This Conversation Is Ending Starting Right Now.

Knapsack é uma banda rock alternativo/emo, real emo, como eu já expliquei um um outro post mais antigo (Sunny Day Real Estate, para ser mais exato). Formada em 1993, os caras fazem um som cativante, boas guitarras cortantes, um vocal meio rasgado como é de lei, bateria impactante e um baixo que coloca tudo em ordem.

This Conversation Is Ending Starting Right Now é o terceiro álbum da banda, e tecnicamente o último, já que foi lançado em 1998 e nada mais após isso. São músicas agressivas, deixam um pouco o contexto apenas emocional dos dois primeiros álbuns e partem para o ataque, avançando sem parar por todas as dez músicas que o compõe. Considero um belo modo de terminar o trabalho começado cinco anos antes.


Destaco as três primeiras músicas: 'Katherine The Grateful', 'Change Is All The Rage' e 'Shape Of The Fear'. Elas se encaixam e abrem o álbum como nenhuma outra poderia fazer, são agressivas, quando menos esperar elas estarão em cima de você, e estarão nervosas. 'Arrows To The Action' já começa com um instrumental lindo e continua assim até o fim, onde você com sorte se encontrará como a tal flecha. O vocal arrastado de 'Balancing Act' dizendo que há beleza nessa tensão mantém a banda na corda após uma desacelerada, se encaixa perfeitamente precedendo a última música. 'Please Shut Off The Lights' é a décima e última música do álbum, o nome já é propício para seu lugar e ocasião, a guitarra começa e continua diretamente até o fim, a bateria também com um ritmo constante e o baixo contrastando tudo, além da letra, a colocam como a música ideal não só para finalizar essa sequencia de dez, mas sim um bom fim em 'tudo', apesar de também deixar o ouvinte esperando por mais.


Knapsack é uma banda que caminha na mesma estrada de Sunny Day Real Estate, então caso você tenha tentado e gostado, faça o mesmo com esses rapazes. Caso tenha ocorrido o contrario ou tenha ocorrido apenas um nada, aí está mais uma chance para tanto.

Agora tenho que voltar para a cama que ainda estou de recuperação e com pontos na barriga. Um abraço e até a próxima.