sábado, 4 de setembro de 2010

Out Ill Wills - Shout Out Louds


Essa é, sem duvida, uma das bandas mais gostosinhas de ouvir que encontrei nos últimos tempos. Shout Out Louds é uma banda da Suécia e faz aquele pop do país que o mundo todo já conhece, divertidinho, bonitinho, gostosinho e tudo mais no diminutivo, mas sempre de uma qualidade sem igual.

O álbum é simplesmente lindo, as faixas são extremamente contagiantes e eu poderia falar de cada uma em especial, mas como eu nunca tenho o tempo, vamos generalizar: são aquelas músicas que você gostaria de ouvir quando estivesse deitado, com fones de ouvido, em algum lugar friozinho enquanto olha para o nada. "You Are Dreaming" é uma coisa tão legal, com uma letra tão legal quanto, que diversas vezes eu me pego repetindo ela sem parar."Impossible", "Tonight I Have To Leave It", "Your Parents Living Room" e "Normandie" são outras que eu destaco pelo som impecável, um indie/twee/pop tão bonito quando deve e poderia ser.


Shout Out Louds é algo que você gostaria de ouvir no domingo a tarde, quando levanta os pés para o alto, olha para qualquer lugar e fica fazendo bosta nenhuma até cansar de nada. Os demais álbuns seguem a mesma linha do Our Ill Wills, mantendo o pop animadinho e bem feito. A grande quantidade de diminutivos nesse post não deve levar ninguém que essa é uma bandinha, o caso é que o som é sentido de uma maneira tão carinhosa, que essas palavras assim encaixam-se perfeitamente.

Recomendo do começo ao fim, e não só o álbum do post. Shout Out Louds não decepciona em aspecto algum e jamais me cansou. É difícil não pensar em boa parte da vida ouvindo esses caras, e o foda é que isso é bom pra caralho, no final das contas.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

The Stringer Atx


The Stringer ATX é uma banda, acreditem, de Austin, no Texas. Formada em 1998, é de um ska e rocksteady impecável. Nunca fui dos maiores fãs de reagge, mas os demais ritmos jamaicanos me divertem pra caralho, e esses bom rapazes fazem isso genialmente. Para visualizar um pouco a qualidade, a banda já dividiu o palco com nomes de calibre, como Neville Staple, do The Specials, e com os Skatalites, banda que dispensa qualquer espécie de comentários, ela fala por si só. 

O CD que ouvi para o desenvolvimento do post foi o This Time Around..., uma escolha de quinze músicas que considerei ótima, já que foi um daqueles álbuns que ouço e na primeira tentativa fico completamente impressionado, nas segundas eu continuo me divertindo e nas demais a diversão continua. Além do ska e do rocksteady, as pitadas de soul completam ainda mais o conjunto, e quem conhece sabe que essa mistura dificilmente deixa qualquer um na mão. Obviamente algumas faixas se destacaram em meus ouvidos, e delas acredito que "Falling From The Edge", "Regards To You", "This Time Around", "Too Many Charms" e "Sunday" são as que eu posso dizer que me pego cantando sozinho no chuveiro.


As músicas são bem criadas, com ótima instrumentação e os vocais não ficam para trás. De um tempo para cá, descobri que o som do trompete pode me conquistar de uma maneira absurda, digo isso por conta de duas bandas já comentadas aqui (RX Bandits e Rotterdam Ska Jazz Foundation), e agora, também, pelo The Stringer ATX. A atenção as letras também deve contar pontos, uma vez que acompanham a qualidade de toda a parte "tocada", devo dizer. 

Por fim, digo que os caras merecem o respeito e a aclamação que lhes é dada. São poucas as bandas atuais que conseguem manter a tradição e acrescentar novos elementos com tamanha naturalidade, e The Stringers ATX é uma delas. Descobri a banda por acaso, e gostei muito, então é dela que vem o novo post do UBPD,  marcando algo que espero ser a volta. E marcando com altíssima qualidade.

A - falta de - justificativa.

Claro, em primeiro lugar eu gostaria de pedir desculpas a todos, mesmo que poucos, leitores do blog pela ausência injustificada de todos os membros durante tantos meses. É foda, todos tiveram seus motivos e não vou especificar nada do tipo, nem mesmo os meus, não nego que boa parte foi uma certa preguiça, mas faculdade, estágio, namoro e todas as outras coisas da vida gostam de consumir tempo.

Pessoalmente, pretendo voltar aos poucos com as postagens diárias, não garanto que terei condições de manter uma seqüência logo de cara e nem mesmo comentei com o André e com Oswaldo sobre a segunda tentativa no Uma Banda Por Dia, mas acredito que ao verem ao menos um dos três tentando, a vontade volte. É uma iniciativa boa, divertida tanto para vocês quanto para nós, e, francamente, nada melhor para quem gosta de música do que falar - ou tentar - de música.

Ah, pensei em continuar com esse post para uma banda, mas como ele tomou certo corpo, mais alguns minutos e teremos um post inédito, para variar.

domingo, 7 de março de 2010

The Sounds - Dying to Say This to You

The Sounds é um quinteto sueco formado em 1999 e que lançou seu debut, Living in America, em 2002 e seu segundo álbum, Dying to Say This to You, em 2006. Dizer que The Sounds tem um som meio new wave parecido com Blondie é ‘fácil’ demais - é sempre bastante óbvio, desde os instrumentais com certas influências de punk mas recheados de teclados grudentos até os vocais de Maia Ivarsson, que às vezes são assustadoramente parecidos com os de Dabbie Harry. Mas toda essa suposta ‘falta’ de originalidade não prejudica o andamento de forma alguma.

Dying to Say This to You não é tão diferente do debut, apenas elevou o som leve e divertido que abundou Living in America a um outro nível, mais ‘sólido’ e talvez até mais adulto. Com uma produção impecável, refrões incríveis e ótimas letras, é fácil colocar o álbum no repeat e o ouvir por horas. A primeira música, “Song With a Mission”, já dita o clima energético e explosivo de Dying to Say This to You que é mantido com perfeição até a última música - salvo “Night After Night”, a sexta faixa, que é uma balada bem calma feita tendo o piano como base. Vale a pena dizer que a última faixa do álbum é uma reinterpretação de “Night After Night”, feita dessa vez com a mesma energia, guitarra e teclados presentes no resto do álbum. Dying to Say This to You não poderia ser encerrarado de uma forma melhor.


Faixas: “Song With a Mission”, “Tony the Beat”, “24 Hours”, “Night After Night”, “Ego”, “Running Out of Turbo”, “Night After Night (Rock Version)”, “Painted by Numbers”.

sábado, 6 de março de 2010

The Dead Weather - Horehound

The Dead Weather é uma ‘superbanda’ formada em 2009 por nomes de peso: Jack White (The White Stripes), Alison Mosshart (The Kills), Dean Fertita (Queens of the Stone Age) e Jack Lawrence (The Raconteurs). Com essa formação, o que poderia dar errado? Em teoria, nada. Mas Horehound, seu debut lançado em Julho de 2009, acabou sendo uma das maiores decepções dos últimos tempos. Há sim músicas ótimas que acabam combinando o som das quatro bandas em um, mas no geral Horehound é repetitivo e decepcionante.

Os vocais de Alison são, como sempre, bastante fortes e às vezes acabam sendo a única coisa que salva uma ou outra música. Em Dead Weather, Jack White abandonou a guitarra e é responsável pela bateria - e faz isso, como era de se esperar (Jack White!), com uma competência singular. Mas não é seu melhor instrumento - talvez se White estivesse atirando seus tradicionais riffs de guitarra incríveis o rumo de Horehound fosse outro. O som é bastante pesado com um blues intrínseco bastante forte - tem até um excelente cover de “New Pony” do Bob Dylan, que é um dos pontos altos do álbum.

Horehound é um rock‘n’roll blues bastante clássico mas que, talvez por causa de uma produção um pouco ‘exagerada’, parece estar ‘tentando’ demais e isso faz com que soe meio falso às vezes. Ainda sim, Horehound vale a pena ser ouvido - afinal, não é todo dia que músicos como esses se juntam pra fazer um álbum.


Faixas: “Treat Me Like Your Mother”, “Rocking Horse”, “New Pony”, “No Hassle Night”.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Yeah Yeah Yeahs - It's Blitz!

Aproveitando o arco de ‘mudanças radicais no som de uma banda’, It's Blitz! é um ótimo exemplo. Yeah Yeah Yeahs é um trio de NYC formado por Karen O, Nick Zinner e Brian Chase que faz (ou fazia) um ‘art punk’ de primeira, se é que tal termo existe. It's Blitz! é seu terceiro álbum, foi lançado no começo de 2009 e é recheado de teclados, sintetizadores e influências eletrônicas - e é tão ‘clássico instantâneo’ quanto seu debut, Fever to Tell, que é um punk rock explosivo, simples e agressivo, quase sádico, lançado seis anos antes.

It's Blitz! pode soar esquisito a primeira vez que se ouve - Yeah Yeah Yeahs sem os gritos e gemidos de Karen O? -, mas as músicas têm uma qualidade tão elevada que é fácil de se acostumar com isso e simplesmente aproveitar o álbum. Em “Zero”, a primeira faixa e uma das melhores da carreira da banda, todas as mudanças já são bastante nítidas. Há certas oscilações ao longo das dez músicas, mas em geral o padrão altíssimo estabelecido por “Zero” é mantido com maestria e chega a seu auge na quinta faixa, “Dull Life”. It's Blitz! equilibra músicas que poderiam ter saído do Fever to Tell, como “Dull Life”, com outras bem mais calmas, como “Runaway” (que é um pouquinho longa demais, mas não deixa de ser um dos pontos altos do álbum), com uma naturalidade impressionante.

Pode não ser o melhor trabalho da banda - esse título ainda fica com seu segundo trabalho, Show Your Bones -, mas It's Blitz! é com certeza o álbum mais completo, balanceado e coeso lançado por eles até hoje. Ainda assim, é meio difícil não sentir uma certa saudadezinha de “Tick”, “Phenomena”, “Honeybear”, “Déjà Vu”, ou “Y Control”.


Faixas: “Dull Life”, “Zero”, “Hysteric”, “Heads Will Roll”, “Shame and Fortune”, “Runaway”.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Peter Bjorn and John - Living Thing

Peter Bjorn and John é um trio formado em Estocolmo, Suécia, por Peter Morén (guitarra/voz), Björn Yttling (baixo/teclado) e John Eriksson (bateria). Em 2006, lançaram seu terceiro álbum, o sublime Writer's Block, lar de seu maior hit, “Young Folks”. Depois disso, em 2008, teve o ‘bom-mas-não-ótimo’ Seaside Rock que é, essencialmente, um álbum instrumental. E, em 2009, lançaram o Living Thing que foi uma gigantesca decepção na primeira ouvida. O baixista Björn acabou produzindo, em 2008, o excelente debut da Lykke Li e usando aqui um pouco de todo aquele quase-experimentalismo, principalmente das percussões, que deu tão certo no Youth Novels, mas isso parece meio fora de lugar com Peter Bjorn and John e às vezes até exagerado.

Mas depois de se acostumar com essa mudança mais-que-drástica no som da banda, dá pra ver que Living Thing na verdade não é tão ruim assim. Há sim camadas e efeitos às vezes desnecessários, sobretudo nos vocais, que acabaram moldando o até então incrível som do Peter Bjorn and John, mas o básico, que é fazer músicas boas e competentes, ainda está aqui - só foi feito de uma forma completamente diferente. Living Thing pode ser visto como quase um ‘segundo debut’ - vale a pena ouví-lo com atenção, principalmente se você conhece os outros trabalhos da banda. Embora seja ‘interessante’, eu não posso deixar de querer que eles voltem para o som dos seus trabalhos anteriores em seu próximo álbum.


Faixas: “It Don't Move Me”, “Nothing to Worry About”, “I Want You!”, “Lay It Down”, “Blue Period Picasso”.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Superchunk - No Pocky for Kitty

Superchunk é uma banda de Chapel Hill, North Carolina, formada em 1989. Encabeçada por Mac McCaughan, é uma das melhores e mais representativas bandas de indie rock lo-fi nos anos 90. No Pocky for Kitty é seu segundo álbum de estúdio, lançado em 1991, e produzido por Steve Albini. O debut da banda, Superchunk (1990), foi um ótimo álbum com seus altos e baixos - mas No Pocky for Kitty foi o primeiro lançamento do Superchunk que simplesmente não decepciona em momento algum.

A faixa de abertura, “Skip Steps 1 & 3”, já define bem o clima do álbum todo: rápida, agressiva, energética, punk. Clima esse que não é suavizado e nem perdido em nenhum instante e, como resultado, são pouco mais de trinta minutos do indie rock em seu melhor. As músicas são bastante simples, mas o que não faltam são riffs ardentes de guitarra, baterias expressivas e linhas de baixo sutis mas que fazem seu trabalho com perfeição.

Todo o punk rock ‘do it yourself’, que é abundante em todos os trabalhos da banda, faz com que Superchunk seja atemporal - o fato de No Pocky for Kitty ter sido lançado quase vinte anos atrás não o torna nem um pouco menos revigorante.

Até hoje a banda continua ativa, apesar de seu último trabalho completo, Here's to Shutting Up, ter sido lançado há quase dez anos, em 2001. Nessa última década, lançaram esporadicamente algumas coisas, como álbuns ao vivo e compilações, mas em 2009 saiu um EP com quatro faixas chamado Leaves in the Gutter que mostra um Superchunk tão bom quanto sempre foi - o que faz do fato de que ainda não há nenhuma previsão para um novo álbum completo algo excruciante.


Faixas: “Skip Steps 1 & 3”, “Cast Iron”, “Punch Me Harder”, “Press”, “30 Xtra”, “Throwing Things”, “Seed Toss”.

terça-feira, 2 de março de 2010

Vampire Weekend - Contra

Vampire Weekend é um quarteto nova-iorquino que lançou seu primeiro álbum, Vampire Weekend, em 2008. E, sinceramente, seu debut não me impressionou muito. Ele possui, sim, momentos ótimos - como “M79” e “I Stand Corrected” - mas com certeza as melhores coisas vindas de Vampire Weekend foram os clipes dos singles. Quando eles lançaram o primeiro single de Contra, “Cousins”, a música não me agradou nem um pouco e em decorrência disso, nem me animei em ir atrás de seu segundo álbum, que saiu em janeiro de 2010. Só que quando o vídeo de “Giving Up The Gun” saiu, além do clipe genial, a música era uma das melhores que eu ouvi esse ano. Fiquei muito feliz quando descobri que “Cousins” é, na verdade, a pior música do álbum.

Contra, assim como Vampire Weekend, foi produzido pelo guitarrista/tecladista da banda, Rostam Batmanglij, e seu som não é tão diferente do debut, mas tudo aqui é muito mais bem elaborado e, antes de tudo, organizado. O resultado é um álbum com guitarras menos afobadas e teclados mais marcantes, com toques eletrônicos que também elevaram a qualidade das músicas. Mas, naturalmente, Contra não é um álbum perfeito e eles dão algumas ‘escorregadas’ - como em “Cousins” e “California English”.

Vampire Weekend está e sempre esteve longe de ser uma banda punk, mas a influência de The Clash, principalmente do álbum Sandinista! (1980) é bastante clara - e isso combinado com as batidas e vocais inspirados em música africana, que já vinham desde Vampire Weekend, cria um som bastante peculiar (tem até um sample de “Hussel”, da M.I.A., na faixa “Diplomat's Son”).

No geral, Contra foi uma das surpresas mais agradáveis que eu tive esse ano e me arrependi muito de ter esperado tanto tempo para ouví-lo. É um álbum bastante recomendado.

No geral, Contra foi uma das surpresas mais agradáveis que eu tive esse ano e me arrependi muito de ter esperado tanto tempo para ouví-lo. É um álbum bastante recomendado.


Faixas: “Giving Up The Gun”, “Horchata”, “Diplomat's Son”, “Holiday”, “I Think Ur A Contra”.

segunda-feira, 1 de março de 2010

The Magnetic Fields - 69 Love Songs

Nada melhor do que começar a semana (e o mês!) com um dos álbuns mais épicos já lançados: 69 Love Songs, de 1999. Sexto álbum da brilhante carreira do Magnetic Fields, 69 Love Songs é exatamente o que seu título implica. Além do frontman Stephin Merritt, há outros quatro vocalistas que dividem as músicas, incluindo a própria baterista do Magnetic Fields, Claudia Gonson. E, com quase três horas e (óbvio) sessenta e nove músicas, há tempo de sobra pra experimentar vários gêneros e estilos diferentes - alguns são evidenciados no título da música, como “Punk Love” ou “Love Is Like Jazz” - mas, no geral, o que predomina é o indie pop não-ortodoxo que o Magnetic Fields faz com perfeição desde que começou. Também é possível traçar paralelos, quase ‘homenagens’, a outros artistas como The Jesus and Mary Chain (“When My Boy Walks Down The Street”), Billie Holiday (“My Only Friend”), Cole Porter (“Zebra”) e Paul Simon (“World Love”).

As letras, que foram todas escritas por Stephin Merritt, têm certas imagens recorrentes, como animais (ursos, peixes, morcegos, coelhos, cães, cobras), lugares (Paris, Veneza, NYC) e também outros temas mais comuns na carreira de Merrit como um todo (a lua, olhos, chuva). Ademais, o uso de instrumentos não muito convencionais - ukeleles, marxofones, cítaras, saltérios, ocarinas, bandolins -, em sua maioria acústicos, também dão um toque mais especial às composições. Como, no geral, as músicas são bastante curtas (dezesseis delas terminam antes da marca dos dois minutos e a mais longa tem apenas cinco), 69 Love Songs está longe de ser cansativo. É um álbum bastante consistente e os pontos altos, que acabam ficando um passo além do ‘genial’, não são tão raros como pode se pensar. Provavelmente o maior obstáculo é a voz bastante grave e nem sempre ‘confortável’ de Merritt - mas assim que você conseguir se acostumar com isso, entenderá por que ele é um dos melhores músicos e poetas de todos os tempos.


Faixas: “Absolutely Cuckoo”, “A Chicken With Its Head Cut Off”, “Let's Pretend We're Bunny Rabbits”, “The Luckiest Guy on the Lower East Side”, “Nothing Matters When We're Dancing”, “When My Boy Walks Down The Street”, “Underwear”, “Asleep and Dreaming”, “Papa Was A Rodeo”, “I'm Sorry I Love You”, “For We Are The King of The Boudoir”, “The Night You Can't Remember”, “The Way You Say Good-Night”, “Promises of Eternity”, “Sweet-Lovin' Man”, “Time Enough for Rocking When We're Old”, “How Fucking Romantic”, “The Death of Ferdinand De Saussure”, “(Crazy For You) But Not That Crazy”, “I Don't Wanna Get Over You”.

(colocar vinte, de um total de sessenta e nove, é exagero?)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

The Boy Least Likely To - The Best Party Ever

The Boy Least Likely To, uma dupla formada por Pete Hobbs e Jof Owen na Inglaterra, é uma das bandas mais ‘cute’ e twee de todos os tempos. Seu debut, The Best Party Ever (2005), tem uma combinação perfeita de banjos, glockenspiels, palmas, percussões leves, tecladinhos, flautas e violinos - tudo isso junto com as letras que oscilam entre bastante doces e quase sombrias. É fácil se perder no meio das composições.

The Boy Least Likely To já foi descrito como o que aconteceria se bicinhos de pelúcia se reunissem e formassem uma banda - e é exatamente isso mesmo. Seu som é bastante inocente e infantil. “I See Spiders When I Close My Eyes” tem uma letra tão paranóica quanto o título sugere, mas, no geral, The Best Party Ever é um álbum extremamente positivo, bem-humorado e divertido que vai, com certeza, colocar um sorriso em seu rosto.


Faixas: “Be Gentle With Me”, “I'm Glad I Hitched My Apple Wagon To Your Star”, “Warm Panda Cola”, “Paper Cuts”, “Hugging My Grudge”, “The Battle of The Boy Least Likely To”, “I See Spiders When I Close My Eyes”.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

The Rentals - Return of the Rentals

The Rentals é uma banda que foi iniciada por Matt Sharp, baixista do Weezer, em 1995 depois que ele saiu do Weezer. Apesar do nome do álbum, Return of the Rentals (1995) é seu debut - que conta com a participação de Patrick Wilson (baterista do Weezer) e Petra Haden (violinista do that dog.), entre outros. O maior diferencial do Rentals, em relação ao Weezer, é que suas composições têm melodias bastante divertidas baseadas em sintetizadores moog e violinos. Sharp divide os vocais com Cherielynn Westrich, criando dinâmicas interessantes entre os vocais masculinos e femininos.

Return of the Rentals é um álbum pop memorável que flerta com o new wave o tempo todo. Com letras basicamente sobre amor e às vezes bastante enigmáticas, The Rentals nunca perde a energia e a espontaneidade, tornando-o agradável de ouvir. As músicas são leves e divertidas, com ganchos que grudam e ficam em sua cabeça por horas. The Rentals pode não ter sido a maior banda dos anos 90, mas com certeza foram bastante influentes. Bandas como Yeah Yeah Yeahs, Tegan and Sara e Ash já regravaram versões de suas músicas.

Em 1999 lançaram um segundo álbum, Seven More Minutes, que conta com músicos convidados como Damon Albarn (Blur), Miki Berenyi (Lush) e Donna Matthews (Elastica), mas Seven More Minutes, principalmente em comparação com Return of the Rentals, falha em conseguir o tom de inocência e novidade apresentado pelo Rentals em seu debut - mas mesmo assim vale a pena ouvir.

Matt Sharp reuniu o The Rentals em 2005 e lançou um EP chamado The Last Little Life dois anos depois. Em 2009, a banda fez um projeto chamado Songs About Time dividido em várias partes: Photographies About Days (365 fotografias, uma por dia), Films About Weeks (52 curtas, um por semana) e Songs About Time (3 EPs, lançados em abril, julho e outubro). Mas ainda não há nenhuma notícia se eles pretendem fazer um terceiro álbum completo.


Faixas: “The Love I'm Searching For”, “Waiting”, “Friends Of P.”, “Please Let That Be You”, “Sweetness and Tenderness”, “Brilliant Boy”.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Soren Well - Starry Eyes Gone Blank Tonight EP

Soren Well apareceu no Brooklyn, NYC, e faz um shoegaze de primeira. Lançaram seu primeiro EP, Starry Eyes Gone Blank Tonight, em Dezembro de 2009 e apesar de serem só seis faixas, é uma grande prova de que o quinteto tem competência de sobra. Seu som parece ter saído diretamente do começo dos anos 90, quando shoegaze vivia o seu auge. É quase impossível acreditar que Starry Eyes Gone Blank Tonight é, de fato, seu primeiro lançamento.

Além do óbvio My Bloody Valentine, também é possível identificar traços de Chapterhouse, The Smashing Pumpkins, Ride e Blur (principalmente do Leisure), assim como de bandas mais atuais como A Place to Bury Strangers, fazendo um som bastante onírico. E pra completar tudo, as letras do Soren Well também são excepcionais. Você coloca pra tocar a primeira faixa, “After”, e quando se dá por si, já está no final da última, “Glass”, e nem percebeu o tempo passar - você tem sorte se conseguir lembrar-se de respirar nesse meio tempo.

Palavras como ‘incrível’, ‘fenomenal’ e até ‘viciante’ não são suficientes. Só ouvindo.

Soren Well, com toda sua genialidade, mostra que o ‘newgaze/shoegaze revival’ dos anos 2000 não está indo embora nessa nova década, está ficando cada vez melhor.


Faixas: “After”, “Starry Eyes Gone Blank Tonight”, “This Burden Down”, “Plaster”, “Black Transmissions”, “Glass”.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Blood Red Shoes - Fire Like This

Uma dupla formada por Laura-Mary Carter, guitarra, e Steven Ansell, bateria, o Blood Red Shoes veio da Inglaterra e lançaram alguns singles e EPs desde entre 2005 e 2008, quando saiu seu debut - Box of Secrets. E Box of Secrets foi um álbum incrível, o melhor debut que eles poderiam ter lançado, todas as músicas tem uma pegada punk, rápidas e simples, e em alguns momentos do álbum dava pra dizer que é ‘quase grunge’. Blood Red Shoes se distancia da atual ‘cena rock’ inglesa, eles se consideram uma banda punk e citam Nirvana, Babes in Toyland, Queens of the Stone Age, Pixies, Sonic Youth, Blur e PJ Harvey como influências. E agora, quase dois anos depois, lançam seu segundo disco, Fire Like This - que não decepciona nem um pouco.

Como em seu debut, Laura-Mary e Steven dividem os vocais o tempo todo, praticamente metade do álbum ‘para cada’. Se Box of Secrets tinha as velocidades ‘rápido’ (“It's Getting Boring By The Sea”) e ‘mais rápido ainda’ (“You Bring Me Down”), Fire Like This adiciona o ‘quase calmo’ (“When We Wake”), que o torna um álbum muito mais completo. Os refrões continuam grudentos, e todas as músicas aqui têm um grande potencial ‘radio-friendly’ que, sinceramente, não machuca em nada. A sempre-presente química entre Carter e Ansell está muito mais forte, e isso torna a toda a dinâmica básica do ‘calmo/barulhento’ muito mais sutil do que no debut. Mas a real mudança mais nítida é a última faixa, “Colours Fade”, que, com sete minutos, é simplesmente gigantesca, o épico que normalmente não seria associado com Blood Red Shoes. É realmente difícil não citar cada uma das dez músicas como sendo um ponto alto. Fire Like This é um álbum forte do começo ao fim, extremamente recomendado.



Faixas que merecem destaque: “It Is Happening Again”, “Heartsink”, “Colours Fade”, “Don't Ask”, “Light It Up”, “When We Wake”, “Keeping It Close”.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Holly Miranda - The Magician's Private Library

Holly Miranda nasceu em Detroit, Michigan, faz parte da banda The Jealous Girlfriends e lançou seu primeiro álbum solo em 2010, The Magician's Private Library. O debut foi produzido por Dave Sitek do TV on the Radio, que já produziu artistas que vão desde Yeah Yeah Yeahs até Scarlett Johansson, sem contar os álbuns do próprio TV on the Radio. The Magician's Private Library é provavelmente a supresa mais agradável desse ano - seu som pode ser descrito como o que sairia de uma colaboração entre Chan Marshall e Annie Clark, também conhecidas como Cat Power e St. Vincent, respectivamente.

O álbum, com dez faixas e um pouco mais de quarenta minutos, tem um clima bastante ‘atmosférico’ e etéreo, que às vezes pode remeter a Björk. Ademais, uns toques de jazz também estão presentes em alguns momentos estratégicos, o que engrandece ainda mais o conjunto da obra. Holly é uma musicista talentosíssima (além de cantar, ela toca piano, guitarra e trombeta), e The Magician's Private Library é um disco extremamente bem feito. O álbum mal saiu, mas depois de ouví-lo não dá pra não ficar querendo um segundo disco logo. Simplesmente brilhante, é pra ouvir milhares e milhares de vezes.


Faixas que merecem destaque: “Forest Green, Oh Forest Green”, “Sleep On Fire”, “Sweet Dreams”, “Everytime I Go To Sleep”, “No One Just Is”, “Slow Burn Treason”.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Plastiscines - About Love

Plastiscines veio da França, mesma terra do Phoenix, e é formado por quatro meninas. Em 2007, elas lançaram seu primeiro álbum, LP1, que é um punk rock bem básico e cru com a maioria das letras cantada em francês. Mas foi em About Love, de 2009, que todo o potencial das meninas foi aproveitado ao seu máximo. As músicas são menos adolescentes, mais trabalhadas e melhor produzidas também - e continua com a mesma energia que abundou em seu debut.

As influências da banda vão desde o punk rock do Ramones e Stooges até White Stripes e Libertines. Blondie também é bastante óbvio.
Em About Love, a maior parte das músicas é em inglês - embora elas pareçam muito mais confiantes nas que são cantadas em sua língua nativa -, mas mesmo assim é impossível não as comparar com bandas como The Donnas. E, no final, nem são tão parecidas assim - Plastiscines, nesse novo álbum, tem um ótimo toque mais ‘dançante’, como no lead single “Barcelona”. “I Am Down”, com pouco mais de quatro minutos é a música mais longa e calma do álbum, também é impressionante e prova que Plastiscines tem competência de sobra para fazer baladas.

Você pode não falar francês e não entender uma palavra nas letras, mas com certeza se pegará cantando “Pas Avec Toi” e “Camera” quando menos esperar.



Faixas que merecem destaque: “Camera”, “Pas Avec Toi”, “I Could Rob You”, “Barcelona”, “Runnaway”, “You're No Good”, “Another Kiss”.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

of Montreal - Satanic Panic in the Attic

Apesar do nome, of Montreal veio dos Estados Unidos. Formado em 1996 por Kevin Barnes, of Montreal já lançou nove álbuns de estúdio até 2009, e dezenas de EPs nesse tempo também. Em 2004, lançaram um álbum chamado Satanic Panic in the Attic e é provavelmente o que ilustra of Montreal em sua melhor fase.

Como dá pra ter uma ideia pelo nome do disco, as letras do of Montreal brincam com aliterações e trocadilhos criando rimas inteligentíssimas. Satanic Panic in the Attic não é um disco tão ambicioso quanto outros trabalhos passados do of Montreal, e talvez seja por isso que é tão bom e agradável de se ouvir. Guitarras clássicas de rock convivem em harmonia com pianos, teclados e outros instrumentos não muito ortodoxos, como xilofones, criando um indie pop bastante psicodélico. E é, antes de tudo, um álbum pop - depois de ouví-lo, é normal ficar com certos trechos, como o impossívelmente grudento refrão de “Rapture Rapes The Muses”, preso na cabeça por horas.

O of Montreal, que faz parte do Elephant 6 Collective, tem uma discografia memorável. Mas que deve ser ouvida com a mente aberta, principalmente os dois álbuns lançados depois de Satanic Panic in the Attic - The Sunlandic Twins (2005) e Hissing Fauna, Are You the Destroyer? (2007).


Faixas que merecem destaque: “Lysergic Bliss”, “Rapture Rapes The Muses”, “Eros' Entropic Tundra”, “Chrissy Kiss The Corpse”, “Vegan In Furs”, “City Bird”.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Two Door Cinema Club - Tourist History

Vindos da Irlanda do Norte, o Two Door Cinema Club tem um árduo caminho pela frente. Há grandes chances do trio cair no esquecimento e serem mencionados como ‘apenas mais uma banda indie britânica’ - e isso é bastante injusto. Tourist History, o melhor debut até agora e possivelmente um dos melhores de 2010, mescla toques eletrônicos com o já clássico indie rock sem seguir a ‘tendência’ e dar prioridade aos sintetizadores. A música de abertura, “Cigarettes in the Theatre”, parece mais um outtake do Bloc Party, mais especificamente do Silent Alarm, e no decorrer do álbum também é possível encontrar influências de Phoenix, Editors, Franz Ferdinand, The Futureheads e até mesmo Death Cab for Cutie.

O Two Door Cinema Club já havia lançado alguns ótimos singles em 2009, mas nem sempre isso garante qualidade para o debut todo (como aconteceu com o White Lies ano passado). Felizmente, Tourist History não decepciona. O álbum tem um pouco mais de trinta minutos divididos em dez consistentes faixas que fluem com uma naturalidade impressionante - não há um único momento ‘difícil’. É um álbum curto, nenhuma música chega aos quatro minutos, mas há sempre uma confiança e entusiasmo que fazem com que nada nele chegue a ficar repetitivo.

A maior ‘beleza’ de Two Door Cinema Club é que eles não fingem que as músicas apresentadas em Tourist History têm um som completamente novo, porque não têm. E, hoje em dia, só isso já é o suficiente para dar uma chance a eles.


Faixas que merecem destaque: “Undercover Martyn”, “Cigarettes in the Theatre”, “I Can Talk”, “Eat That Up, It's Good For You”, “Something Good Can Work”, “Come Back Home”.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Metric - Old World Underground, Where Are You Now?

O Metric veio do Canadá e Old World Underdround, Where Are You Now? é o nome de seu primeiro álbum de estúdio, lançado em 2003. Uma mistura perfeita de indie com new wave, Old World Underground... é bem agradável de se ouvir. Os instrumentos estão em harmonia, não há exageros e nem ‘falta’ nada. Há momentos bastante únicos, como “Calculation (Theme)”, que é basicamente a vocalista Emily Haines cantando ao som de nada além de um teclado bem simples - e a voz de Haines é, possivelmente, o melhor instrumento da banda.

Talvez o pior defeito do álbum seja de ser simples ‘demais’ às vezes. Mas Old World Underground... é um ótimo debut de uma banda memorável. As letras são bem pensadas, a guitarra e o teclado se completam de uma ótima forma, enquanto o baixo e a bateria fazem um bom rítimo, com ocasionais influências de dance punk. Vale a pena dizer também que dois de seus membros, a vocalista/tecladista Emily Haines e o guitarrista James Shaw, também fazem parte do supergrupo experimental Broken Social Scene - o mesmo que também conta com a Feist entre seus membros.

Depois de Old World Underground, Where Are You Now? o Metric lançou outros três álbuns, sendo o mais novo deles, Fantasies, do ano passado - e todos merecem ser ouvidos.


Faixas que merecem destaque: “IOU”, “The List”, “Wet Blanket”, “Succexy”, “Dead Disco”, “Combat Baby”.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Cat Power - You Are Free

Nada melhor do que um álbum bastante calmo e limpo, em oposição ao shoegaze do post de ontem. E nesse sentido, não há um álbum melhor do que You Are Free da Cat Power - também conhecida como Chan Marshall, seu nome verdadeiro.

Chan lançou seu primeiro álbum, Dear Sir, em 1995 e Jukebox, seu oitavo e mais novo trabalho, foi lançado em 2008 e seu próximo está planejado para esse ano. You Are Free, o sexto, saiu em 2003 e é possivelmente o seu melhor. As composições são bastante simples e minimalistas, as letras são bastante reflexivas e a voz de Chan é, como sempre, suave e intoxicante.

You Are Free oscila o tempo todo entre acústico e levemente elétrico, calmo e animado, e é até ocasionalmente depressivo. É um álbum absolutamente lindo. Não há muito mais o que dizer sobre ele, é um álbum que fala por si mesmo e te convence em cada uma de suas 14 faixas. Também vale a pena dizer que Dave Grohl é responsável pelas baterias de You Are Free, Eddie Vedder faz vocais de apoio em duas músicas e o violinista Warren Ellis toca em duas músicas. Fora isso, You Are Free é composto basicamente pela Chan sozinha cantando e tocando violão ou piano. Vou ser repetitivo: é um álbum absolutamente lindo. Com certeza você não se arrependerá se der uma chance a ele.



Faixas que merecem destaque: “I Don't Blame You”, “Free”, “Good Woman”, “Werewolf”, “He War”, “Half Of You”, “Evolution”, “Maybe Not”.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Asobi Seksu - Citrus

Asobi Seksu veio do lugar mais legal atualmente para a música, Brooklyn, NYC, e faz um som bastante único; misturam toda distorção e reverb típicos do shoegaze com a leveza e ingenuidade do j-pop. Citrus (2006), seu segundo álbum, leva exatamente isso (que já tinha sido feito com o debut Asobi Seksu de dois anos antes) ao extremo. A vocalista/tecladista Yuki Chukidate canta o tempo todo alternando entre vocais bastante suaves, às vezes quase inaudíveis, e gigantescos sussurros, embaixo das camadas e mais camadas de guitarras distorcidas de James Hanna (os dois membros regulares da banda).

É possível ver bem nitidamente que entre as suas influências primordiais estão bandas da era mais clássica do shoegaze: Ride, Moose, Slowdive e, é claro, My Bloody Valentine. Yuki divide bem o tempo entre cantar em inglês e japonês, tornando Asobi Seksu ainda mais ‘exótico’. No conjunto todo da obra, Citrus cria, possivelmente, as ‘walls of sound’ mais sufocantes desde o Loveless do My Bloody Valentine (1991) - e é um dos melhores álbuns shoegaze que você vai ouvir na vida.

Asobi Seksu é um dos melhores exemplos do so-called ‘newgaze’, artistas dos anos 2000 que trouxeram de volta o shoegaze, que atingiu seu auge no fim dos anos 80/começo dos anos 90 e desde então foi gradativamente perdendo o lugar para o grunge e o britpop.

Sobre o nome da banda, ‘Asobi’ (pronúncia: ‘assobi’) significa ‘divertido’ em japonês e acho que ‘Seksu’ já é bastante auto-explicativo.


Faixas que mercem destaque: “Thursday”, “Red Sea”, “Lions and Tigers”, “Nefi + Girly”, “Strawberries”, “Goodbye”.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Placebo - Battle for the Sun

Placebo foi formado em Londres e vem fazendo álbuns desde 1996. Battle for the Sun, o mais novo e sexto da carreira, foi lançado em 2009. Como o próprio título pode sugerir, Battle for the Sun é um álbum bastante otimista e positivo, sendo assim essencialmente o oposto de seu anterior, Meds (2006) que tinha músicas pessimistas e pesadas emocionalmente, com a maior parte do som centrada em teclados. Battle for the Sun é um álbum bastante maduro e adulto - tem as guitarras mais agressivas desde o debut, Placebo (1996), mas Brian Molko não tem mais 25 anos e isso fica evidente nas músicas - Molko não é nem mais tão andrógino quanto era alguns anos atrás.

Como qualquer mudança drástica no som de uma banda, nem todos apreciaram o Placebo de Battle for the Sun - o que é uma pena. Apesar de não ser de forma alguma o melhor álbum da carreira deles, verdadeiras pérolas, como “Julien”, “Kitty Litter” e “Kings of Medicine”, podem ser encontradas aqui. Esta última fecha o álbum com chave de ouro, a melhor das treze faixas com certeza.

Antes de seu lançamento, Brian Molko descreveu o álbum como sendo ‘pop pesado’, e é provavelmente a melhor forma de descrevê-lo. Battle for the Sun é bastante forte, sólido e coeso, com riffs agressivos, linhas de baixo sutis e uma bateria que junta tudo da melhor forma possível. Também há boas doses de orquestrações, pianos e sintetizadores em momentos estratégicos, que contribuem para a grandeza do álbum.

O maior ponto negativo é, provavelmente, seu lead single “For What It's Worth”, que é uma ótima música mas não boa o bastante pra esse papel, que teria sido ocupado de uma forma muito melhor por “Ashtray Heart” ou até mesmo “The Never-Ending Why”, o segundo single.

O Placebo também passou por uma mudança na sua formação, o baterista Steve Hewitt saiu da banda no final de 2007, Battle for the Sun é o primeiro álbum com Steve Forrest nas baquetas. E Forrest faz um ótimo trabalho - a bateria na faixa-título é a mais bem pensada e trabalhada da carreira da banda.


Faixas que merecem destaque: “Kings of Medicine”, “Julien”, “Kitty Litter”, “Ashtray Heart”, “Breathe Underwater”, “Come Undone”, “The Never-Ending Why”, “Battle for the Sun”.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

The Cure - Disintegration

Dizer que The Cure veio da Inglaterra e é uma das maiores bandas de todos os tempos me parece desnecessário, então vamos logo ao que interessa:

Disintegration. É quase um consenso geral que Disintegration (1989) é o melhor e mais completo álbum já feito pelo Cure, e é só ouví-lo que fica bem fácil de entender o porquê disso. Assim como no lançamento anterior, o também incrível Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me (1987), as composições de Robert Smith estão em sua melhor fase, são assustadoramente bonitas - também vale apena dizer que Smtih é um guitarrista dolorosamente subvalorizado. O uso de ‘espaço’/pausa nas suas canções tem um papel tão fundamental quanto o das notas em si. Os teclados/pianos também merecem um destaque aqui. Mas provavelmente o instrumento que mereça mais destaque de todos é o baixo. Simon Gallup, em Disintegration mais do que qualquer outro trabalho do Cure, prova que não é só de Robert Smith que The Cure é feito.

Poucos álbuns têm uma faixa de abertura tão poderosa quanto “Plainsong”, que é com certeza o primeiro dos inúmeros pontos altos. “The Same Deep Water as You”, que tem sempre um apropriado barulho de chuva ao fundo, tem escrito ‘perfeição’ em cada segundo de seus quase dez minutos - é uma das melhores músicas já feitas, por qualquer artista. “Lullaby” tem uma das melodias mais intimidadoras, o desespero nos vocais e instrumentos de “Fascination Street” é desconcertante, “Prayers for Rain” tem teclados bastante dramáticos. E, em contrapartida, Disintegration também é o lar da música mais doce já feita pelo Cure em toda sua carreira: “Lovesong”.

São doze faixas que resultam em setenta minutos do mais puro nirvana. Disintegration é um divisor de águas na vida de qualquer pessoa - você nunca mais ouvirá qualquer música da mesma forma. Simplesmente ouça-o, ainda mais se você achava que Cure não era nada além de “Boys Don't Cry”.

Em 2002, The Cure fez dois shows em Berlim, Alemanha, tocando uma ‘trilogia’: os álbuns Pornography (1982), Disintegration (1989) e Bloodflowers (2000) completos - Smith disse que esses três álbuns estão profundamente vinculados em diversas formas. Trilogy saiu em DVD em 2003, e é um dos melhores shows-que-saíram-em-DVD lançados até hoje, assista se tiver a oportunidade.


Faixas que merecem destaque: “The Same Deep Water as You”, “Plainsong”, “Last Dance”, “Untitled”, “Disintegration”, “Prayers for Rain”, “Lullaby”, “Lovesong”, “Pictures of You”, “Homesick”, “Closedown”, “Fascination Street”.

Sim, todas as doze. É um completo clássico, fazer o quê?

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

PJ Harvey - Rid of Me

Polly Jean ‘PJ’ Harvey é uma cultuada cantora nascida na Inglaterra que vem lançando álbums desde 1992. Ela começou sua carreira como parte de um trio (que também tinha o nome ‘PJ Harvey’), e eles lançaram dois álbuns antes de se separarem e PJ continuar com uma (poderosa) carreira solo. O último álbum lançado como trio, Rid of Me, de 1993, é um disco bastante ‘difícil’. As letras são quase ou completamente depressivas, as músicas são “cinza” e bastante inacessíveis. Tudo isso feito com uma enorme confiança e honestidade - é um dos melhores álbuns dos anos 90, e compete com Stories from the City, Stories from the Sea (2000) pelo título de ‘melhor álbum da PJ Harvey’.

O contraste Pixies-esque entre os momentos silenciosos e barulhentos é gritante, e o melhor exemplo disso é a faixa-título/que abre o disco, “Rid of Me”, que é até hoje uma das melhores músicas já feitas por PJ. Rid of Me foi produzido pelo lendário Steve Albini, que produziu os excelentes Surfer Rosa (Pixies) e In Utero (Nirvana) entre vários outros. Rid of Me é um álbum extremo em todos os sentidos da palavra. A faixa “Man-Size”, um dos dois singles de Rid of Me, aparece duas vezes na tracklist do álbum com exatamente a mesma letra, primeiro como “Man-Size Sextet”, que tem PJ cantando em cima de um quarteto de cordas que é tão agressivo quanto as guitarras da ‘versão rock’ “Man-Size”, três faixas depois. Épico, não?

PJ Harvey está sempre se reinventando (seu mais novo álbum, White Chalk, de 2007, usa piano como base e Polly canta com uma voz muito mais aguda que seu normal), e acabou se tornando uma das artistas mais influentes da música.


Curiosidade: O Placebo, cujo vocalista Brian Molko é um fã assumido de PJ, emprestou o verso “Don't you wish you never met her?” de “Rid of Me” para a música “Brick Shithouse” do álbum Without You I'm Nothing (1998).


Faixas que merecem destaque: “Rid of Me”, “50ft Queenie”, “Man-Size”, “Rub 'Til It Bleeds”, “Missed”, “Me-Jane”, “Dry”.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Dinosaur Jr. - Farm

Formada em 1984 em Amherst, Massachusetts, Dinosaur Jr. foi uma das bandas mais influentes dos anos 90 e um dos maiores ‘power trios’ também. Lançaram sete álbuns de estúdio entre 84 e 97, passaram por algumas mudanças na formação e ficaram dez anos sem lançar nada. Em 2005 a banda se reuiniu com os membros originais (J Mascis na guitarra/voz, Lou Barlow no baixo e Murph na bateria) e em 2007 lançou um álbum chamado Beyond e, em 2009, um chamado Farm.

Farm não é tão diferente de tudo que a banda já tinha feito, principalmente em Beyond, e é exatamente por isso que é um álbum tão bom. Farm é tão gigante quanto Dinosaur Jr. sempre foi. O álbum começa com a incrível “Pieces”, e já tem tudo ali: guitarras marcantes, baixo tão presente quanto, e, é claro, a voz inconfundível de J Mascis, seja cantando ou seja com os riffs/solos de guitarra. E o resto dele é tão energético quanto, apesar de algumas músicas mais calmas. Mascis assina também a produção do álbum e todas as músicas com exceção de “Your Weather” e “Imagination Blind”, que foram escritas por Barlow.

Farm é simplesmente monstruoso. É um álbum, assim como toda a discografia do Dinosaur Jr., pra ser ouvido milhares de vezes e no último volume.


Faixas que merecem destaque: “Pieces”, “Friends”, “Your Weather”, “Said The People”, “Over It”, “Ocean In The Way”.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

The Jazz June - The Scars To Prove It.

Vindos de um lugar de ninguem chamado Kutztown, na Pensilvania, os cinco integrantes da banda fazem deste álbum uma mistura de emo, prog e um post-hardcore. A recusa em se encaixa em um único estilo torna o trabalho dos rapazes em 'The Scars To Prove It' algo fascinante.

 

Sobre a banda não consegui encontrar informações precisas, mas confesso que também não pude procurar muito a fundo, então vamos nos focar no CD. Após uma pausa nas nova composições, os cinco retornaram com essa coletânea como um tributo a um amigo que foi diagnosticado com um tumor cerebral. As músicas, na realidade, não são inéditas. Versões não lançadas, ao vivo e inclusive as originais o compõe, totalizando 16 faixas no CD e mais as extras no DVD. 'Lower East Side', 'Nicaragua' (essa, por sinal, uma explendida e maluca mistura de indie, rock e funk), 'Sputnik - 1957', 'Viva La Speed Metal' (ponto extra positivo para essa, viradas geniais durante a música e um conjunto ótimo por todos os quase três minutos e meio), 'When The Drums Kick In', 'When In Rome' (sendo que as duas "Whens" ali também merecem uma ligeira maior atenção), ''Rich Kid Shakedown', 'We've Got The Situation' e 'Antiquated' são as que, pessoalmente, destaco. São muitas, mas levando em consideração que o total é 16, acho que está de bom tamanho.

 
Jazz June é uma banda que achei não sei aonde e sem saber como, mas que vale a pena todo o trabalho.
Um abraço a todos e até o próximo dia em que eu conseguir me desvenciliar das dores de cabeça atuais.